Realizada há 15 anos, a Caravana do Rio Pajeú, afluente do rio São Francisco, retomou suas atividades esse ano, após o período de restrições da pandemia.
A ação que tem o objetivo de realizar um diagnóstico dos problemas enfrentados pelo afluente, vai promover cinco atividades percorrendo desde a nascente até a foz do Rio Pajeú, estimulando na sociedade e poder público, reflexões sobre a realidade local, além de apontar denúncias e propor caminhos para o enfrentamento dos desafios de conservação e preservação do manancial.
O rio Pajeú nasce na Serra da Balança, no município de Brejinho, divisa entre Pernambuco e Paraíba e percorre 353km até desaguar no Rio São Francisco, no Lago de Itaparica. A bacia hidrográfica do rio Pajeú é a maior do estado de Pernambuco, com uma área de 16.685,63 km², cerca de 17% da área do estado. Os problemas mais graves enfrentados pelo afluente são o assoreamento, o desmatamento e a poluição.
Promovida pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Pajeú (COBH Pajeú) e a Rede Pajeú de Agroecologia, a caravana vai realizar encontros microrregionais de mobilização, divididos em um roteiro de visitação a locais estratégicos ao longo do curso do Rio Pajeú. A primeira parada aconteceu no último dia 27, quando foi lançada a Caravana envolvendo as cidades de Brejinho, Itapetim e São José do Egito. Nesse momento, que contou com a presença de representantes dos municípios, sociedade, entidades e do Estado, foram provocadas reflexões sobre os desafios ligados à recuperação da nascente do Rio Pajeú, considerando ainda a perspectiva da convivência com o Semiárido. O grupo também realizou o plantio de mudas.
Os próximos encontros estão marcados para os dias 23 de maio em Calumbi e Serra Talhada. Já no mês de junho, mês de defesa do Rio São Francisco, acontecerá o quarto encontro no dia 03, na cidade de Floresta, durante a campanha Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico. As atividades serão encerradas no dia 15, em Afogados da Ingazeira, durante audiência pública que servirá para o debate sobre as realidades elencadas durante a Caravana, além de cobrar resoluções dos desafios junto aos órgãos competentes
“Os objetivos da Caravana têm a ver com questões que passam pelo desmatamento, conflito de uso da água, e tantos outros problemas, e a intenção é fazer com que as pessoas possam entender o que tem acontecido de importante para enfrentar e dar respostas a essas questões. Além disso, nesse contexto a Caravana também vai participar da campanha Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico promovida pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, em Floresta, primeira cidade fora da calha a receber esse evento no Submédio São Francisco e, a partir dessa ótica, a gente quer reforçar que tão importante quanto cuidar do Velho Chico é também fundamental garantir a vida dos seus afluentes”, explicou a presidenta do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú, Ita Porto.
Durante a Campanha será apresentado um documento contendo questões registradas ao longo da Caravana do Rio Pajeú, com o objetivo de sensibilizar gestores e sociedade em geral sobre ações que precisam ser feitas na perspectiva do desenvolvimento sustentável do território, a partir do cuidado com o Rio Pajeú e seus afluentes.
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