O PL, partido de Jair Bolsonaro, arquitetou uma proposta de emenda constitucional para tentar tirar à força das mãos do ministro Alexandre de Moraes a relatoria dos casos que miram o ex-presidente, seus aliados e seguidores, como a investigação dos atos antidemocráticos.
Uma versão da proposta chegou a ser escrita e discutida pela cúpula do partido, incluindo seu presidente, o notório Valdemar Costa Neto.
O plano foi deixado de lado por duas razões. Primeiro, porque havia sérias dúvidas sobre as chances de a PEC avançar no Congresso. Depois, porque Valdemar e seu entorno avaliaram que, caso a proposta flopasse, como provavelmente aconteceria, Alexandre de Moraes ficaria ainda mais enfurecido. Poderia, no fim das contas, virar um tiro no pé.
Coube ao próprio Valdemar dar a ordem unida para que a ideia fosse abortada.
A proposta previa alterações no texto da Constituição que, na prática, exigiriam a redistribuição, por sorteio, dos procedimentos mais sensíveis que estão sob o comando de Moraes.
O ministro do STF virou relator dos casos por designação de Dias Toffoli, que em março de 2019, quando presidia a Corte, o nomeou para cuidar do chamado “inquérito das fake news”.
As demais investigações — inclusive a que resultou na operação desta quarta-feira contra Bolsonaro e seu entorno mais próximo — vieram na esteira dessa, e seguiram sempre nas mãos de Moraes.
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