Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de plantios de umbu pelo estado, em especial no ecossistema da caatinga, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) vem realizando estudos e parcerias. Agora, efetivou a doação de microaspersores e sacolinhas para mudas e plantios, na região de Vitória da Conquista.
O material foi entregue à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural do município, cuja prefeitura mantém a Fazenda Experimental Pedra Mole, área de dez hectares com plantio de 33 variedades do umbu, 25 delas do chamado Umbu Gigante, que vem dando novo fôlego à comercialização do tradicional fruto do semiárido brasileiro.
"Temos atualmente 800 pés de umbu na Fazenda Experimental Pedra Mole. Percebemos que o umbu vem se transformando em uma grande opção para a caatinga, e aqui em Vitória da Conquista possuímos áreas desse ecossistema. Nosso objetivo é fornecer mudas para plantios pela região e também servirmos de campo de exemplo, aberto à visitação de produtores, pesquisadores e estudantes. Nosso primeiro foco é a agricultura familiar, mas o próprio incentivo a esse setor também multiplica o interesse pelos plantios comerciais, em áreas maiores", comenta o coordenador de Fomento à Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Vitória da Conquista, Eduardo Castro.
Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de plantios de umbu pelo estado, em especial no ecossistema da caatinga, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) vem realizando estudos e parcerias. Agora, efetivou a doação de microaspersores e sacolinhas para mudas e plantios, na região de Vitória da Conquista. O material foi entregue à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural do município, cuja prefeitura mantém a Fazenda Experimental Pedra Mole, área de dez hectares com plantio de 33 variedades do umbu, 25 delas do chamado Umbu Gigante, que vem dando novo fôlego à comercialização do tradicional fruto do semiárido brasileiro.
"Temos atualmente 800 pés de umbu na Fazenda Experimental Pedra Mole. Percebemos que o umbu vem se transformando em uma grande opção para a caatinga, e aqui em Vitória da Conquista possuímos áreas desse ecossistema. Nosso objetivo é fornecer mudas para plantios pela região e também servirmos de campo de exemplo, aberto à visitação de produtores, pesquisadores e estudantes. Nosso primeiro foco é a agricultura familiar, mas o próprio incentivo a esse setor também multiplica o interesse pelos plantios comerciais, em áreas maiores", comenta o coordenador de Fomento à Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Vitória da Conquista, Eduardo Castro.
Neste mês de abril, foi lançado no auditório da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) o livro Umbuzeiro – Uma alternativa para o semiárido, organizado pelo engenheiro agrônomo e professor universitário Orlando Silvio Caires Neves. O livro foi viabilizado através do selo editorial da própria Uesb e traz artigos a respeito do cultivo do umbu, assinados por pesquisadores de trabalhos reconhecidos sobre a cultura. São autores da Bahia, do Rio Grande do Sul e de Pernambuco. O professor Orlando Neves, além de ser o responsável pela organização do trabalho, também participa de textos da obra e assina alguns dos conteúdos.
"Vi, na passagem desses anos, o cultivo do umbu ir crescendo para além do extrativismo. Hoje o umbu da Bahia, como uma cultura plantada, comercial, já é uma realidade", comenta o organizador do livro Umbuzeiro – Uma alternativa para o semiárido.
Umbu Gigante – Atualmente, uma variedade do umbu vem ganhando mercados. É o chamado Umbu Gigante, cuja unidade chega a pesar 200 gramas, contra 0,40 gramas, em média, do umbu comum. O fruto maior vem agradando os consumidores e tem aberto novas frentes de divulgação do produto e, consequentemente, outros mercados.
Do ponto de vista de sua viabilidade na caatinga, o umbuzeiro é uma solução que possuí qualidades que podem transformá-lo em um dos principais vetores para o agigantamento da fruticultura nas áreas de caatinga. Resistente à seca, um único umbuzeiro produz cerca de 20 kg frutos em seis anos, podendo chegar a até 250 kg em 15 anos. Considerando-se a produção inicial, de 20 kg por planta, chega-se a cerca de 30 mil kg de umbu por hectare/ano.
"O umbu como extrativismo tem sua história e importância e não deixará de ser incentivado, inclusive com a criação de uma organização em cadeia que une os pequenos produtores. No entanto, neste instante estamos criando um foco em plantios comerciais do umbu, com ênfase em variedades do Umbu Gigante, que está tendo uma grande aceitação", comenta o engenheiro agrônomo, extensionista da Empaer (Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba) e coordenador do Coletivo Rede Umbu Nordeste, Everton Bronzeado, que acompanhou o lançamento do livro Umbuzeiro – Uma alternativa para o semiárido, em Vitória da Conquista.
A caatinga e o umbuzeiro - A caatinga ocupa uma área de cerca de 862.818 km², o equivalente a 10,1% do território nacional (IBGE, 2019). Engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais, onde vivem cerca de 27 milhões de pessoas, sendo a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. Na caatinga a média anual de chuvas é de menos de 800 mm/ano.
Nessas condições, o desenvolvimento de plantas resistentes à seca, como é o caso do umbuzeiro, mostra-se como opção viável para a viabilização de áreas de fruticultura. O umbuzeiro desenvolve-se como uma árvore centenária, sem necessidade de grandes cuidados de manejo e possibilidade de produção por décadas seguidas.
Soma-se a isso uma aceitação crescente do mercado para o umbu e uma intenção de que o fruto ultrapasse fronteiras e ganhe o gosto internacional. Nesse sentido, todo o setor vem experimentando grande desenvolvimento, com utilização do umbu em doces de corte e cremosos, comportas, polpas e preparados líquidos, além de licores e até cerveja.
Altamente hidratante, rico em vitaminas e antioxidantes, o umbu também vem ganhando mercados nos campos dos cosméticos e farmacêuticos. No primeiro, já são bem conhecidos shampoos, condicionadores e cremes faciais diversos feitos a partir do umbu. Já no que tange à saúde, o umbu e o umbuzeiro (pois as chamadas "batatas" de suas raízes também são utilizadas para remédios caseiros) possuem capacidades variadas já comprovadas e há um número considerável de estudos em andamento que certamente irão aumentar ainda mais essa lista de qualificações.
Estratégico – O plantio de umbuzeiros em áreas de caatinga é estratégico. A conservação do bioma está intimamente associada ao combate da desertificação, que é um processo de degradação ambiental das áreas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 62% das áreas susceptíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga. Daí a grande importância do umbuzeiro, árvore de porte que traz sombreamento e influencia beneficamente no microclima da área e na conservação do solo. Soma-se a tudo a sua qualidade como planta frutífera capaz de gerar emprego e renda para populações do semiárido.
A importância da atenção do Governo da Bahia à cultura do umbu vem gerando frutos. Há cooperativas desenvolvidas e produtivas em várias regiões do estado. Alguns destaques são a Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia (Cooproaf), que atua na região de Vitória da Conquista, e a Cooperativa de Produtores de Umbu (Coopercuc), localizada no município de Uauá.
"Aprendemos muito com o pessoal da Coopercuc, sediada no município de Uauá, que já vem processando o umbu há algum tempo. Aqui, na região de Vitória da Conquista, a gente perdia umbu, desperdiçava, não tinha mercado. Atualmente já produzimos doces, polpas, preparados líquidos, vendemos para a merenda escolar nossos produtos. O pessoal do Uauá já vende para mercados como São Paulo e Brasília, e também exportam para o exterior. Nós estamos ampliando mercados e formas de comercialização do umbu", comenta a presidente da Cooproaf, Léia dos Santos Couto.
Para se ter uma dimensão da importância da produção do umbu para as famílias do semiárido, somente a Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia possui 212 famílias associadas, com cerca de 540 pessoas atendidas diretamente e outras cerca de 540 de maneira indireta. Os associados vêm colhendo cerca de 1 (uma) tonelada de umbu por ano.
"A Seagri desenvolve já há algum tempo esforços para o incremento da cultura do umbu nas áreas de caatinga por ver nessa cultura não só uma opção para o tempo presente, como também uma aposta certeira para o desenvolvimento da fruticultura no semiárido da Bahia. O umbu, quer seja para consumo em suas diversas possibilidades como também como matéria prima paras as indústrias de cosméticos e remédios, é um produto de enormes perspectivas e que representa um mercado com amplas possibilidades de desenvolvimento", finaliza o engenheiro agrônomo Marcelo Libório, coordenador de Estudos e Projetos Agrícolas da Seagri.
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