Após recusa do governo Bolsonaro em condecorá-lo, Chico recebe prêmio de Lula

24 de Apr / 2023 às 14h38 | Variadas

Depois de um domingo de folga, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retoma, nesta segunda-feira (24), sua agenda oficial em Portugal. Um dos momentos mais esperados é a simbólica entrega do Prêmio Camões ao cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, que ocorre com um atraso de quatro anos. O ápice ficará por conta do artista, que fará um show durante a cerimônia.

Chico recebeu a condecoração em 2019, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), que se recusou a assinar o documento de entrega da honraria. O prêmio, que vale cerca de R$ 560 mil, é repartido pelos governos de Portugal e do Brasil. O artista, que é apoiador de Lula, chegou a dizer, na época, que “a não assinatura do Bolsonaro no diploma é, para mim, um segundo prêmio Camões”.

O prêmio, instituído em 1988, tem como objetivo consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto da obra, contribuiu para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural de nossa língua comum. O júri justificou a escolha de Chico Buarque por sua “contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa”.

A cerimônia ocorreu no Palácio Nacional de Queluz — onde nasceu e morreu o imperador D. Pedro I, em Sintra, a 14km do hotel em que Lula está hospedado — na véspera da data comemorativa nacional da Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura de Antônio Salazar, em 1974.

Chico ironizou a demora da cerimônia após Bolsonaro se recusar a fazer a entrega, e celebrou a derrota do ex-presidente. “No que se refere ao meu país, quatro anos de governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Aquele governo foi derrotado nas urnas, mas nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça fascista persiste”, disse.

“Hoje, porém, nesta tarde de celebração, me conforta lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula”, disse Chico em meio a aplausos.

 

Correio Braziliense e Jornal Estado de Minas Foto Ilustrativa Tv Brasil

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