Olá Geraldo José! Aprecio muito seu blog, faço questão de acessar todos os dias para ficar por dentro dos acontecimentos da nossa cidade e também a nível nacional.
Sou servidora pública municipal da cidade de Juazeiro BA, exerço minhas atividades como Agente de Endemias a 15 anos, sou mulher uma juazeirense raiz, amo minha cidade.
Geraldo é o seguinte: quero relatar um fato que aconteceu comigo e também com um colega de trabalho que exerce a mesma função a 15 anos.
Certo dia, exercendo atividade de campo, meu colega foi abordado pela polícia militar, a tropa fez a revista de forma ríspida, até entendo a rispidez não é de se esperar outra forma, mas não deixa de ser constrangedor no horário de trabalho.
Após a tropa terminar a revisão a comunidade veio carinhosamente perguntar porque essa abordagem no exercício da sua atividade? o agente de endemias tinha parado para beber uma água e tomar seu remédio pois é hipertenso e já tem uma idade avançada e logo foi surpreendido com uma revista da PM. E outro dia aconteceu comigo algo também num horário de trabalho: eu estava descansando debaixo de uma árvore pois já tinha feito minhas visitas nos imóveis, como não temos um ponto de apoio de alvenaria com telhado é preciso se abrigar numa árvore após as visitas pois temos um horário a cumprir e o sol é belo mas é castigante para nossa pele e nossa saúde quando chega nessa estação do ano. E continuando, nesse momento que eu estava parou o carro da PM a poucos metros, a maioria de óculos escuros e tinha uma Pfem ficaram me olhando por alguns minutos e puxaram o carro sem dizer nada, isso é muito constrangedor a gente não sabe nem o que pensar a respeito dessa atitude.
Meu desabafo aqui é chamar atenção da nossa Excelentíssima Prefeita Suzana Ramos peço que tenha um olhar cuidadoso para nossa classe, que estamos todos os santos dias faça chuva ou sol visitando os imóveis, dialogando com a comunidade para que todos tenhamos saúde preventiva a respeito das doenças endêmicas, somos parceiros da população, estamos aqui para dar o nosso melhor e queremos respeito, queremos ser valorizados, a polícia está fardada, identificada e nós? Precisamos da nossa farda, da nossa identificação, temos que ser reconhecidos como um trabalhador da saúde e não ser mais um suspeito aos olhos da polícia ou da comunidade, é muito triste servir a comunidade e ao mesmo tempo de trabalho ser abordado pela polícia suspeitando da gente porque não temos uma identificação. Os mesmos trabalhadores que são abordados pela polícia são os mesmos que servem a comunidade, que visita o Terceiro Batalhão de Polícia Militar da BA, que visita o Departamento de polícia federal, que visita a casa do médico, do advogado, do professor, do agricultor, do cortador de cana, do desempregado, do pobre, do rico, do preto e do branco sem distinção, pois somos trabalhadores a serviço da comunidade, nosso papel no território é cuidar, orientar, tratar recipientes é propagar informação sobre os cuidados com saúde a respeito da proliferação das doenças endêmicas existentes no município.
Desde já agradeço vossa atenção! Deus abençoe sua vida e seu trabalho.
Não quero ser identificada e agradeço novamente sua compreensão.
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