O ex-ministro José Dirceu disse considerar que quatro anos “é pouco” para um governo e defendeu que o projeto do PT deve ser executado ao longo de três mandatos consecutivos na Presidência, com a reeleição de Lula em 2026.
Em entrevista à RedeTV!, o ex-chefe da Casa Civil disse que sua ideia não significa concentrar o poder no PT, mas acrescentou que Lula é o único em “condições de liderar” o país.
— Eu penso em 12 anos, três governos, para um projeto de desenvolvimento nacional, porque o Brasil precisa fazer, em 10 anos, 100 em matéria de ciência, tecnologia e educação. (...) Não estou pensando em um governo do PT, estou pensando em um governo como foi o segundo turno, com uma frente que pensa no país e tem um projeto para o país. São políticas de longo prazo que o país precisa — afirmou.
Ao longo da campanha eleitoral, Lula disse que não tentaria a reeleição caso ganhasse o pleito. “Se eleito, serei um presidente de um mandato só”, afirmou antes do segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). Já depois da posse, modulou o discurso e admitiu que poderia tentar um quarto mandato se “estiver com saúde”.
Dirceu, que deixou o primeiro governo Lula após denúncia de envolvimento no mensalão e que anos mais tarde viria também a ser condenado na Lava-jato, disse que a execução das políticas de longo prazo pensadas pelo governo exige um pacto do governo com o Congresso e também com a iniciativa privada:
— Acredito que precisaríamos de um acordo nacional, porque vai abrir uma janela de oportunidades no mundo para o Brasil. Se o Brasil não tiver um entendimento entre governo, empresariado e Congresso Nacional para adotar uma série de medidas que nós precisamos adotar, vamos nos arrastar. E, conforme a crise internacional, nós podemos perder oportunidades.
O ex-chefe da Casa Civil também defendeu Lula nos embates com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acerca da taxa de juros fixada em 13,75% ao ano. Para Dirceu, o petista “tem toda a razão” em criticar o chefe da autoridade monetária e a resistência de Campos Neto em baixar a Selic configura “quase um crime de responsabilidade”.
Perguntado sobre seus problemas com a Justiça, o ex-ministro disse que foi condenado “sem provas” no mensalão e que a Lava-jato transformou-se em um “processo de exceção sumária e político”.
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