Momentos de troca, informações compartilhadas e conhecimento. Foram assim os dois dias de rodas de conversa voltadas para as mulheres do Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) de Juazeiro, que aconteceu entre terça e quarta-feira (15), discutindo assuntos como prevenção ao câncer do colo de útero e endometriose.
Na terça-feira (14), representantes do Instituto Ivete Sangalo visitaram o SAAE e falaram sobre a Campanha Março Lilás, que visa conscientizar sobre o câncer de colo de útero, que pode ser evitado através de exames preventivos e imunização contra o vírus do HPV. Quanto mais cedo se descobre, maior é a chance de cura.
Já nesta quarta-feira (15), uma portadora de endometriose profunda esteve no SAAE para dividir o seu relato e alertar sobre a enfermidade que é foco da Campanha Março Amarelo. A endometriose é uma doença inflamatória crônica e cíclica, pois se manifesta a cada ciclo menstrual, e se caracteriza, principalmente, pela dor.
A advogada Clara Thainã, de 33 anos, descobriu ser portadora da doença após dores incapacitantes durante a menstruação, que impediam que ela fizesse atividades básicas como levantar da cama e pisar os pés no chão. "Foi quando eu percebi que não era apenas uma cólica. E que muitas vezes, inclusive pelo que nos acostumamos a ouvir na sociedade, que cólica é normal e que a mulher não deve faltar ao trabalho, que a dor do parto normal é ainda maior, que é 'frescura', quando na verdade é algo incapacitante mesmo. Então, é importante vir até aqui, falar do meu relato e se eu tiver alertado pelo menos uma pessoa, já saio daqui feliz", afirma.
Clara fez uma cirurgia há quase quatro meses e afirma que conquistou uma qualidade de vida maior, mas que é algo que envolve um tratamento multiprofissional. "Tem que fazer tratamento com psicólogo, é importante esse acompanhamento, senão, a pessoa "pira"; fisioterapia pélvica, consultar um especialista em fertilidade, caso pense em engravidar, pois, em muitos casos a endometriose causa infertilidade. Então, é algo que precisa ser reverberado pois envolve muitos especialistas e, na maioria das vezes, os exames não são cobertos pelo plano de saúde e pelo sistema público é ainda mais complicado. É preciso garantir que a endometriose seja mais falada e que exames e tratamento sejam mais acessíveis", declara.
Para a assistente social do SAAE, Gilvana Oliveira, as rodas de conversa foram momentos ricos para as servidoras. "A gente procura se preocupar com a saúde dos servidores, e a saúde passa muito por prevenção, por isso, momentos como estes, aproveitando o mês em que se celebra a mulher e também campanhas tão importantes, são muito bem-vindos, pois agregam informação e conhecimento" destaca.
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