A tradição dos penitentes, em Juazeiro, está em risco de acabar por falta de participantes. O ritual, que se repete todos os anos, no período da Quaresma.
Entre a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira da paixão, o grupo dos alimentadores de alma, homens e mulheres vestindo branco e com os rostos cobertos, saem três vezes por semana pelas ruas do bairro Santo Antônio.
A grande cruz, chamada de madeiro, abre caminho pro cordão, a fila dos penitentes. São sete paradas ao longo do trajeto, que reproduzem as Sete Estações, caminhada de Cristo ao calvário. Em cada parada, o grupo acende velas e faz orações.
Uma das paradas mais importantes é no cemitério da cidade. Lá, eles rezam pelos que já se foram e cantam os benditos, que lembram os lamentos das almas.
Segundo Jesulene "Nenenzinha" Ribeiro, a responsável por manter o único "cordão de alimentadores de almas" que ainda está em atividade em Juazeiro, o movimento foi perdendo força porque ninguém quis coordenar.
"As coordenadoras foram falecendo e ninguem queria assumir. Mas, se Deus quiser, o meu vai ficar do tamanho que era antigamente, vai chegar mais gente", comentou Nenenzinha.
Com a falta de novos participantes, a tradição secular na cidade pode deixar de existir.
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