A ética do capitalismo consiste basicamente no lucro. E no lucro a qualquer custo, ainda que da forma mais indecorosa. Por isso, onde houver capitalismo sempre haverá mentira, miséria, opressão, exploração, manipulação, corrupção e injustiça social.
O capitalismo é tal qual a guerra: vence destruindo. Sua lei é a lei da selva, cuja essência é a brutalidade cega e desalmada.
Neste sentido, é certo afirmar que todo capitalismo é selvagem, não havendo hipótese de meio termo, pois para tal é que ele foi criado. Afirmar o contrário seria negar sua própria essência e natureza.
Em outras palavras, o capitalismo é predatório. É o que temos presenciado, à guisa de exemplo, no âmbito da cultura e do meio ambiente.
A todo instante, florestas inteiras são varridas do mapa, cedendo espaço aos caprichos e interesses de mineradores, madeireiros e gente do agronegócio, todos eles ávidos por lucro e mais lucro.
O mesmo ocorre com nosso patrimônio histórico e cultural, alvo permanente da famigerada especulação imobiliária, também esta ávida por lucro e mais lucro.
Poder-se-ia dizer que o capitalismo está para a cultura e o meio ambiente – para continuarmos apenas nesses dois casos – como o predador está para a sua presa, presa que ele persegue com cálculo, frieza e violência.
E o pior: tudo isso ancorado no discurso da “moral” e dos “bons costumes” – suprassumo da hipocrisia mais sórdida e desavergonhada.
Ou seja, o capitalismo, além de desumano e cruel, é hipócrita e dissimulado.
José Gonçalves do Nascimento
Escritor
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