Esses dias eu ouvi um comentário do jornalista que foi Assessor de Imprensa do Governo Militar, na ditadura e, também, um dos assessores de imprensa do desastroso governo que acabou de finalizar no Brasil e que levou o país ao caos, que espero, seja possível a sua reorganização, uma vez que o desastre foi imenso.
O comentário era sobre a tragédia humana que se abate sobre os povos originários Yanomamis. Na sua fala, ele negava o acontecimento, fazia quase que chacota com o que acontece e, se baseando em fontes negacionistas, afirmava que se tratava de indígenas venezuelanos, que a contaminação com mercúrio não existe, impossível existir fome no território desses povos, uma tentativa de amenizar a culpa do seu patrão. Um absurdo, um comentário que causa náuseas de tanta indiferença e tanta frieza.
Sinceramente, não sei como que uma emissora de rádio que se preza a prestar informações à população ainda propõe a reproduzir comentários de um "jornalista" que distribui tanta incoerência e tanta mentira como algo que tenta impor ao povo como verdade, baseando-se única e exclusivamente em fontes que são adeptas dos discursos dos negacionistas.
Que possamos ter um jornalismo limpo, imparcial, que se proponha a ajudar a sociedade a melhor compreender a realidade em que se vive. Negar a crise Yanomami é um ato desumano, o que não seria difícil de se esperar, principalmente saindo da boca desse propagador de desinformação.
Por Edmerson dos Santos Reis, professor Titular da UNEB - Campus - III - Juazeiro - BA
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