Já afirmaram ter por aí alguns times que possuem mantos, ao invés de simples camisas de uniforme. Sem entrar no mérito de que para tal afirmação caberiam fatos relevantes para a mesma tornar-se verossímil, só posso dizer – com toda a certeza esportiva e metafísica, transposta por 127 anos de uma história marcada por conquistas épicas e “milagrosas” – que só um desses mantos é sagrado: o do Flamengo.
Mais que um clube, uma religião rubro-negra composta por cerca de 50 milhões de ardorosos fiéis envergando, com paixão e orgulho, o “manto dos milagres”.
O Flamengo é como um clássico filme de época em constante looping de final feliz e reprises. Um roteiro surreal transformado em realidade sob a interseção de São Judas Tadeu e as bênçãos do Divino.
Milagre! Qual clube no mundo tem mais a seu favor essa “transgressão de uma lei da Natureza pela vontade de uma Divindade”? Quem tem mais a cumplicidade das forças invisíveis? A resposta natural é: o Flamengo! Uma entidade acima da esfera esportiva.
Uma poderosa manifestação de fé capaz de alcançar as mais “impossíveis” proezas. Por isso é que o manto sagrado rubro-negro é ungido e derruba todas as barreiras, deixando outrora soberbos adversários inertes e incrédulos.
Nelson Rodrigues já escreveu que para o Mais Querido a camisa (manto) é tudo. Porque "bastará a camisa aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável”.
Essa é a magia que permeia o imaginário da nação, tocando fundo no peito e acendendo a alma com a mais flamejante chama da paixão. Assim, a cada novo lindo manto apresentado, um frisson toma conta do Brasil.
Eis mais um “milagre” do manto, levar até os menos economicamente favorecidos a não só desejar como também arranjar uma forma de auto presentear-se com o objeto de intensa admiração.
Que o novo (e lindão) manto 2023.1 continue com seus abençoados milagres levando o Flamengo aos mais altos postos das conquistas e orbitando pela glória eterna. Amém!
Por Luiz Hélio Poeta
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