Conforme publicado mês passado pela REDEGN, com a indefinição na partilha de cargos de segundo escalão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, PT e União Brasil intensificaram nos últimos dias a disputa por diretorias da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), estatal que se tornou uma das preferidas do Centrão.
A companhia hoje é presidida pelo engenheiro Marcelo Andrade Moreira Pinto, apadrinhado pelo líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA). Após ter sua nomeação como ministro da Integração Nacional barrada, o deputado tenta manter sua influência na empresa.
De acordo com o Jornal O Globo, reportagem publicada nesta quinta (19), durante o recesso parlamentar, Elmar manteve contato com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Até o momento, contudo, não houve uma definição se o União, que tem dois filiados no primeiro escalão do governo, fará parte da base aliada de Lula.
Desde que Waldez Góes, indicado pelo ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) assumiu o Ministério da Integração Nacional, a estatal passou a também ser alvo de cobiça do ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que chegou a ser líder do governo de Jair Bolsonaro no Senado, mas rompeu com o ex-presidente na reta final. Antes, havia sido ministro de Dilma Rousseff.
Segundo integrantes do governo que acompanham o assunto, o Fernando Bezerra tenta emplacar no comando do órgão o seu filho, Miguel Coelho (União-PE), ex-prefeito de Petrolina. Filiado ao União Brasil, Miguel poderia ter vantagem sobre os demais concorrentes porque contemplaria grupos políticos, tanto o deu partido quanto o do pai, o MDB.
ALA MINEIRA: Integrantes do Ministério da Integração Nacional dizem que o PT também cobiça o comando da Codevasf. Lideranças petistas estiveram com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nos últimos dias para tratar de indicação na estatal. Os cargos são alvo de interesse em especial por integrantes da ala mineira da sigla. A estatal foi criada com o objetivo central de realizar obras na região da bacia do Rio São Francisco, que nasce em Minas e corta boa parte do estado.
Reservadamente, porém, dirigentes reconhecem que o pleito do PT pela presidência da companhia tem pouca chance de prosperar. O objetivo ao reivindicar o comando central da Codevasf seria obter uma diretoria.
Outra discussão que continua a ser feita dentro do governo é o escopo de atuação da Codevasf, inflado pelas emendas do orçamento secreto. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Congresso ampliou a abrangência do órgão, que atualmente está em 15 estados, além do Distrito Federal.
Petistas acreditam que as políticas empreendidas pela Codevasf poderiam gerar dividendos eleitorais a adversários do PT, principalmente no Nordeste. Por isso, querem uma revisão da atuação em obras de pavimentação e outras áreas para as quais há órgãos específicos para tratar.
Outro orgão cobiçado é o Incra-Instituto Nacional de Reforma Agrária
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