A previsão é a de que o clima será mais quente em 2023. Segundo o serviço meteorológico Met Office, do Reino Unido, este será um dos anos mais quentes já registrados.
O aumento da temperatura média global no ano está previsto para ficar entre 1,08°C e 1,32°C acima da média do período pré-industrial (1850-1900), contra a faixa de 1,02°C a 1,27°C registrada em 2022. Com isso, pelo décimo ano consecutivo, os termômetros devem marcar pelo menos 1°C acima dos níveis pré-industriais.
A explicação para isso é que neste ano chega ao fim um padrão climático incomum, que teve um efeito de resfriamento no planeta e durou três anos. Nesse período houve um La Niña prolongado, segundo o Met Office.
A La Niña resfria em larga escala as temperaturas da superfície do oceano no Oceano Pacífico equatorial e muda a circulação atmosférica tropical. Por isso, ela geralmente tem o impacto oposto do El Niño e causa um efeito temporário de resfriamento global.
Mesmo com o aumento de temperatura em 2023, o time do observatório não prevê um ano tão quente quanto 2016, o mais quente registrado desde 1850. “O ano de 2016 foi de El Niño, e a temperatura global foi impulsionada pelo aquecimento das águas em partes do Pacífico tropical”, explica o professor Adam Scaife, chefe de previsão de longo alcance do Met Office.
“Sem um El Niño precedente para aumentar a temperatura global, 2023 pode não ser um ano recorde, mas com o aumento nas emissões globais de gases de efeito estufa continuando em ritmo acelerado, é provável que seja outro ano notável na série”.
Essa série de anos mais quentes começou em 2014, quando as temperaturas globais começaram a ultrapassar a marca de 1°C acima do período pré-industrial (1850-1900). Uma vez que a temperatura global está subindo, é necessário agir rapidamente para manter a temperatura média global abaixo de 1,5°C para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
Os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados, aponta a Organização Meteorologica Mundial (OMM). Segundo a entidade, isso se deve ao fato de termos concentrações cada vez maiores de gases de efeito estufa e calor acumulado.
“Em 2022, enfrentamos vários desastres climáticos dramáticos. Grandes áreas do Paquistão foram inundadas, com grandes perdas econômicas e baixas humanas. Ondas de calor recorde foram observadas na China, na Europa, na América do Norte e na América do Sul. A longa seca no Chifre da África ameaça uma catástrofe humanitária”, disse o secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Petteri Taalas.
O início de 2023 já está mais quente no Hemisfério Norte. Mesmo no inverno, algumas regiões estão com clima mais ameno, atípico para essa época do ano, segundo a OMM, e países europeus registraram temperaturas acima de 20°C. Além disso, recordes de temperatura nacionais e locais foram quebrados em vários países, da Espanha ao leste do continente, em dezembro e janeiro.
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