O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza nesta sexta-feira (06) a primeira reunião com seus 37 ministros no Palácio do Planalto. Em sua fala inicial, o mandatário deixou claro que a escolha de membros da sua equipe é fruto de acordos políticos e que conta com cada um para o governo manter uma relação harmônica com o Congresso.
Muitos de vocês são resultado de acordos políticos, porque não adianta a gente ter o governo tecnicamente formado em Harvard e não ter o voto na Câmara dos Deputados e não ter o voto do Senado, disse Lula. Nós temos que saber que nós é que precisamos ter uma boa relação o Congresso e cada um de vocês, ministros, tem a obrigação de manter a mais harmônica relação com o Congresso Nacional. Não tem tem importância que você divirja de um deputado ou senador, quando a gente vai conversar, você não está propondo casamento, mas a gente está propondo aprovar um projeto ou fazer uma aliança momentânea em torno de um assunto que interessa ao povo brasileiro.
Pregando a harmonia entre os poderes, Lula defendeu o diálogo:
É preciso que a gente saiba que é o Congresso que nos ajuda. Nós não mandamos no Congresso, nós dependemos do Congresso e, por isso, cada ministro tem que ter a paciência e a grandeza de atender bem cada deputado ou senador que o buscar porque se não quando a gente vai pedir um voto, ele diz: ah não não votar porque quando quando no tal ministério nem me receberam, deram chá de cadeira de quatro horas, o ministro nem serviu cafezinho ou uma água. Não quero isso.
Na reunião, Lula fez um discurso para orientar seu governo, defendendo o debate e a troca de ideias. Ele disse que "não existe assunto proibido" e "nem veto ideológico", no debate de propostas para melhorar o país.
Nós não somos um governo de pensamento único. Não somos um governo de filosofia única, não somos um governo de apenas pessoas iguais. Nós somos um governo de pessoas diferentes. E o que é importante que a gente pensando diferente tem que fazer um esforço para que no processo de reconstrução do país a gente pense igual. A gente construa igual, afirmou Lula.
Lula voltou a defender que o crescimento econômico pode conviver com a proteção ambiental:
A perspectiva que nós temos de fazer com que as pessoas sérias, o homem de negócio do agronegócio, os empresários de verdade que sabem a responsabilidade da produção de alimento nesse país, que sabem a necessidade da produção sem ofender ou adentrar a floresta Amazônia ou qualquer outro bioma que tem que ser protegido. Esse empresário que produz de forma responsável será por nós muito respeitado e muito bem tratado. Agora, aqueles que quiserem teimar em continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido. Usando o agrotóxico que não pode ser usado, esse a fora da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida. Porque nesse país tudo vale. A única coisa que não vale e o cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da população brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação, afirmou o presidente.
O objetivo de Lula é dar as diretrizes para seu governo. “Hoje temos a primeira reunião ministerial, para organizar os trabalhos na primeira semana de presidência. Estou otimista com o início do governo. Pegamos a casa mal cuidada, mas já estamos trabalhando, porque nossa responsabilidade é muito grande com o povo brasileiro. Bom dia!”, escreveu Lula em uma rede social antes da reunião.
Lula, em seu discurso inicial da reunião ministerial, voltou a defender que o crescimento econômico pode conviver com a proteção ambiental:
A perspectiva que nós temos de fazer com que as pessoas sérias, o homem de negócio do agronegócio, os empresários de verdade que sabem a responsabilidade da produção de alimento nesse país, que sabem a necessidade da produção sem ofender ou adentrar a floresta Amazônia ou qualquer outro bioma que tem que ser protegido. Esse empresário que produz de forma responsável será por nós muito respeitado e muito bem tratado. Agora, aqueles que quiserem teimar em continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido. Usando o agrotóxico que não pode ser usado, esse a fora da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida. Porque nesse país tudo vale. A única coisa que não vale e o cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da população brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação, afirmou o presidente.
Após algumas declarações ruidosas da sua equipe, o mandatário deverá fazer um freio de arrumação e pedir para que seus auxiliares só falem em nome do governo quando forem autorizados. O ruído mais recente se deu entre os titulares da Casa Civil, Rui Costa (PT), e da Previdência, Carlos Lupi (PDT). Logo após tomar posse, o pedetista defendeu uma revisão da reforma da previdência feita durante o governo do ex-presidente Michel Temer, em 2019. Nesta quarta-feira, Costa o desautorizou. Negou que haja um estudo nesse sentido e afirmou que qualquer iniciativa a respeito será submetida ao ministério que ele comanda.
A previsão para a reunião desta sexta-feira é que haja uma discussão sobre as ações do governo que estão sendo avaliadas para os 100 primeiros dias da gestão. Na entrada do Palácio do Planalto, o ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) afirmou que preparou uma apresentação sobre as ações da sua pasta par ao início do mandato. Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), por sua vez, disse que tratará sobre o combate à fome.
O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou ainda que serão discutidos na reunião as primeiras ações de coordenação da Casa Civil e um levantamento das obras de cada ministério que podem ser retomadas rapidamente e finalizadas
Além disso, Padilha afirmou que haverá uma discussão sobre como será a relação com o Congresso Nacional e com os governadores. Os líderes Randolfe Rodrigues (Congresso) e José Guimarães (Câmara dos Deputados) também participam da reunião desta sexta-feira.
Nesta semana, Guimarães (PT-CE) demonstrou insatisfação com a declaração de Randolfe (Rede-AP) sobre a entrega de votos no Congresso Nacional em troca de ministérios. O líder do Congresso afirmou que o União Brasil, que está à frente de três pastas na Esplanada, deverá entregar no mínimo 60% dos votos nas duas casas parlamentares. Há, ainda, uma preocupação em aumentar a base de apoio parlamentar do governo, que já tenta dialogar com integrantes dos partidos PP, Republicanos e PL, que apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições.
Lula já convocou um encontro com todos os governadores para o próximo dia 27. O ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou que a agenda será importante para retomar a relação entre União, estados e municípios, enfraquecida durante a gestão de Jair Bolsonaro.
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