Planejar e fazer a gestão financeira do seu negócio é um dos maiores desafios do micro e pequeno empreendedor. Mesmo com tantas informações disponíveis gratuitamente hoje, apenas 9% dos MEIs – Microempreendedores Individuais fazem algum tipo de planejamento e apenas 10% dos MPEs, segundo dados do Sebrae.
A especialista em gestão financeira, Raquel Santos, destaca que esse é um fato preocupante e que impacta na sobrevivência de muitas empresas. O IBGE aponta que 48% das empresas brasileiras fecham em até 3 anos por gestão financeira deficitária.
"Muitos começam a empreender por necessidade e só focam na venda, mas sem acompanhar o fluxo de caixa, se a precificação está correta ou entender a previsão de despesas e receitas em cada mês. O planejamento ajuda a preparar o empreendedor para cenários de risco, além de projetar a sustentação e crescimento da empresa", ressalta Raquel, que é autora do livro "Bora Financeirar?!: 9 respostas para o seu negócio sempre ter dinheiro no caixa" e do iDelas, app de gestão financeira para negócios femininos.
Outro levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil em parceria com o Sebrae mostra que para os MPEs o aumento dos preços e do custo da matéria-prima (38%) é o principal desafio para o crescimento da empresa. O alto custo para contratar funcionários (32%), excesso de burocracia (25%) e alta carga tributária sobre as vendas (23%) também são um entrave para os negócios. Diante desse cenário, Raquel dá dicas essenciais para o empreendedor ficar atento:
1 - Separe as finanças pessoais da empresa. Juntar as duas contas é um erro muito comum que atrapalha compreender a saúde financeira de qualquer negócio.
2 - Acompanhe o fluxo de caixa, as saídas e o resultado financeiro semanal e mensalmente, independente da empresa. Hoje já existem aplicativos e planilhas que ajudam muito, inclusive o app iDelas idealizado por Raquel.
3 - Defina seu pró-labore. Outro erro muito comum é o empreendedor fazer retiradas aleatórias de acordo com sua necessidade no lugar de entender que a empresa precisa lhe pagar um valor fixo.
4 -Saiba exatamente quais são as metas de caixa do seu negócio para a construção da saúde financeira. Defina objetivo, prazo, importância e uma forma de mensurar.
5 - Entenda as saídas financeiras que podem ser cortadas ou minimizadas. Quem trabalha com estoque precisa estar atento para não perder mercadoria e comprar com desconto.
6 - Tenha estratégias para criar maior previsibilidade de caixa. Nem sempre só aumentar o faturamento será a solução para os problemas financeiros.. Pesquise novas fontes de receita dentro do seu segmento, principalmente maneiras de receita recorrente, e não fique preso ao seu serviço/produto principal.
7 - Antecipe e teste soluções para problemas dos seus clientes. Atualmente os consumidores querem viver experiências - busque um diferencial.
8 - Verifique a regularidade nas relações trabalhistas, a tributação da sua empresa e acompanhe o gerenciamento dos impostos. A falta de controle nesse setor pode gerar dívidas e juros desnecessários. É importante para a saúde financeira fazer uma reserva mínima para as obrigações como 13º, férias e demissões.
9 - Revise mensalmente a precificação do seu produto ou serviço, especialmente se estiver ligado a bens de consumo que são impactados pela inflação, para que a sua margem esteja adequada - receber menos do que deveria por um produto faz com que a conta no final do mês não feche.
10 - Se comprometa em atualizar e acompanhar a sua gestão financeira. O planejamento não terá resultado se for pensado e deixado de lado é preciso contínuas.
"O planejamento não é um limitador, mas uma ferramenta que contribui para orientar suas decisões e prevenir riscos. Cuidar do seu financeiro é tomar as rédeas do seu negócio e levá-lo em direção aos seus objetivos", destaca Raquel.
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