A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR) anunciou nesta sexta-feira (30) que será a nova presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Joênia fez o anúncio após deixar o hotel em que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está hospedado em Brasília. Ela e outras lideranças indígenas, como o cacique Raoni Metuktire, se reuniram com o presidente eleito na tarde desta sexta.
"Considerando toda a demanda dos povos indígenas, o desafio de uma reconstrução do país, fortalecimento dos direitos principalmente em relação a demarcação e à proteção das terras indígenas, da melhor forma possível [...] eu aceitei esse convite e nós vamos estar fazendo o melhor possível pra trabalhar junto com o governo Lula nesse sentido de avançar nos direitos dos povos indígenas", afirmou a parlamentar.
A partir da próxima semana, a Funai deixa o Ministério da Justiça e Segurança Pública e passa a compor a estrutura do inédito Ministério dos Povos Indígenas – pasta que será comandada pela deputada eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP).
Ao anunciar Sônia como ministra na quinta (29), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que pretendia colocar indígenas também no comando da Funai e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
O cacique Raoni também deu entrevista ao sair da reunião, em língua caiapó – um outro membro da comitiva de indígenas fez a tradução para o português.
Raoni disse que conversou com Lula sobre indicações de indígenas para ajudar no governo – e pediu que parlamentares respeitem os indígenas que vão assumir cargos na futura gestão.
Lula confirma anúncio
No fim da tarde, Lula publicou uma foto com Joênia Wapichana nas redes sociais e confirmou que a deputada será a nova presidente da Funai – a primeira mulher indígena a ocupar o posto.
"Estive com Joênia Wapichana, que assumirá a presidência da Funai em nosso governo. Pela primeira vez, finalmente teremos a Funai presidida por uma mulher indígena, dentro da estrutura do Ministério dos Povos Indígenas. Novos tempos para o Brasil!", escreveu.
Prioridades
Questionada sobre as prioridades à frente da Funai, Joênia Wapichana afirmou que serão "muitas" porque a fundação foi "desmantelada" durante os últimos quatro anos.
"Houve muita falta de investimento, principalmente no sentido de ser um órgão que é responsável por mais de 14% do território brasileiro", disse.
"Então, tem várias prioridades. Principalmente, a questão de fazer com que o direito à terra esteja na mão dos povos indígenas e eles possam viver com tranquilidade. Então, vamos ter bastante trabalho aí", completou.
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