O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (30) o nome de duas mulheres para comandar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Para o BB, foi escolhido o nome de Tarciana Medeiros e para a Caixa, Rita Serrano.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já havia anunciado Aloísio Mercadante para o comando do BNDES. Nesta quinta, ele completou a escalação dos seus 37 ministérios. Na ocasião, Lula afirmou que os bancos seriam comandados por duas mulheres. O petista tenta aumentar a representatividade feminina no seu governo, a maior até agora. No entanto, ainda está longe da paridade.
— Vamos ter uma mulher presidenta da Caixa Econômica Federal e uma mulher presidenta do Banco do Brasil — disse nesta quinta-feira.
Atualmente, a Caixa é presidida por uma mulher, Daniella Marques. Com ações negociadas na Bolsa de Valores, o BB nunca foi presidido por uma mulher e hoje é chefiado por Fausto Ribeiro.
Durante a sua fala ontem, Lula ainda disse que para reduzir o preços dos combustíveis “não precisava mexer com o ICMS”. Essa foi outra medida tomada por Jair Bolsonaro neste ano, que patrocinou a aprovação de uma lei para forçar os estados a reduzirem o tributo. O atual governo também zerou os impostos federais sobre combustíveis, com validade até este sábado.
— Eu poderia mexer com outras coisas, bastasse que a mesma mão que assinou o aumento assinasse a diminuição também. Isso vai acontecer a partir do momento que a gente montar a diretoria da Petrobras, porque ainda leva um tempo, porque tem toda uma legislação que rege as empresas estatais e nós vamos então fazer — afirmou o presidente eleito.
Tarciana Medeiros
Escolhida para chefiar o Banco do Brasil, Tarciana Paula Gomes Medeiros é funcionária de carreira da instituição financeira há 22 anos. Atualmente, atua como é executiva na Diretoria de Clientes da instituição financeira.
A indicação representa uma ascensão meteórica na carreira do banco. Ao ser alçada ao posto de presidente, ela pulou o cargo de diretoria e vice-presidente.
Mas ela representa também a causa das mulheres no banco, dominado por homens até então. É nordestina, negra e defensora das causas LBGT. Será a primeira mulher a presidir o banco em dois séculos de História da instituição.
Ela é formada em administração de empresas, com pós-graduação em marketing, liderança e gestão. Antes de ingressar no BB, foi feirante e professora.
Numa rede social para relações profissionais, ela afirma que foi reconhecida pelo desempenho em vendas.
"Além das estratégias para distribuição do crédito, considero como sucesso as estratégias de indução para vendas de produtos de seguridade que, em 2013, me levaram ao cargo de Superintendente Comercial na BB Seguridade", escreveu.
Maria Rita Serrano
Anunciada como presidente da Caixa Econômica Federal, atualmente é representante dos empregados no Conselho de Administração do banco. Por isso, ela foi um dos nomes defendidos pelo sindicato da categoria.
Graduada em História e Estudos Sociais, Serrano possui mestrado em Administração e especialização em Governança para Conselheiros de Administração. É empregada da Caixa desde 1989, tendo ocupado diversas funções. Foi presidente do Sindicato dos Bancários do ABC por dois mandatos, entre 2006 e 2012.
Em 2017 foi eleita conselheira pelos empregados, logo após encerrar seu mandato como suplente, iniciado em 2013, quando da primeira eleição para essa função na Caixa. Em 2018 lançou o livro Caixa, Banco dos Brasileiros, onde trata da história do banco e de sua relação para o desenvolvimento do Brasil, no mesmo ano foi coautora do Livro Se é Público é para todos.
Em artigo publicado recentemente, ela ataca as privatizações. "Em janeiro de 2023, assume o governo federal, Luiz Inácio Lula da Silva, que pretende retomar projeto de desenvolvimento do país, reorganizar o estado utilizando investimentos públicos, advindos em parte das estatais, que devem ser fortalecidas, que como podemos verificar nos dados, tem capacidade de resiliência e potencial para contribuir com o país", defendeu.
Para ela, a "análise das experiências de países desenvolvidos mostra a viabilidade de diferentes tipos de gestão no setor público, com controle social, que possibilitam reduzir acentuadamente problemas relacionados à corrupção e à apropriação indevida por interesses privados".
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