Janeiro é conhecido por ser o mês das despesas. Além das contas tradicionais, como luz, água e energia, outros boletos como IPTU, IPVA, DPVAT, seguro do carro e matrícula escolar se fazem presentes na abertura do ano. Por isso, é necessário ter em mente algumas saídas para não ser pego pelo ciclo das dívidas.
Todos os anos, as despesas obrigatórias surgem no mês de janeiro e acabam por levar boa parte do décimo terceiro salário, bem como do pagamento tradicional dos brasileiros. No entanto, mesmo com esse aviso prévio, é dito que apenas 9% da população está preparada para enfrentar esse gasto, segundo dados do CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Ainda segundo os dados desta pesquisa, apesar de poucas pessoas afirmarem ter o valor necessário para quitar suas dívidas obrigatórias, os números afirmam que cerca de 29% das pessoas fizeram, em 2022, uma reserva financeira para não acabar se endividando.
Para o executivo de vendas Thor Perruci, de 36 anos, o décimo terceiro ajuda na hora das dívidas do começo do ano. “Para o mês de janeiro, sempre tem um resguardo do 13º, em especial para contas como matrícula escolar e IPVA. Outra parte das compras já faço de modo antecipado para poder amortizar, como comprar o material escolar, fardamento, entre outros. Sempre compro esses itens no fim do ano, onde os produtos estão mais baratos”, explica.
Thor também pontua que o principal objetivo é não juntar muitas despesas. “Minha prioridade é sempre não acumular dúvidas. Com os recebimentos do fim do ano, sempre guardo um pedaço para as contas iniciais. Meu foco sempre é a educação e moradia”.
Thor afirma que prioriza compra de material escolar dos filhos Luca e Valentina em dezembro, quando os produtos estão mais baratos
Já para Carol Franklin, que é mãe de dois, o planejamento financeiro é primordial. “Não recebemos décimo, nem eu e nem meu marido, então nos planejamos para as despesas de janeiro. A prioridade sempre será a matrícula dos nossos dois filhos, do IPVA dos dois carros e do seguro de ambos”.
Assim, o especialista André Falcão, economista da Múltiplos Investimentos, aponta que o primeiro passo para manter a organização financeira no mês de janeiro é entender quanto custará cada uma das novas contas. “É importante fazer a conta do quanto será gasto com essas despesas de começo de ano, pode ser no papel ou em uma planilha no computador. Feito isso, a meta é se policiar para tentar começar a reservar uma parte do orçamento de hoje o quanto antes para cobrir essas contas futuras”, explica.
André também diz que o trabalhador deve favorecer as despesas com maior custo e juros. “O ideal é priorizar aquelas que possuem um maior custo com multa e juros, como cartões de crédito ou empréstimos. Aos que já possuem dívidas, pode valer a pena buscar um refinanciamento com juros mais baratos, algumas modalidades têm se destacado recentemente, como o crédito com garantia em imóvel e no FGTS”.
Para ajudar nas dívidas, o economista alerta: “É importante ter uma visão de alguns meses à frente das suas despesas para visualizar se será ou não possível utilizar o décimo terceiro nas compras de fim do ano, por exemplo. Caso suas despesas extras de janeiro não caibam no orçamento, reservar uma parte do 13º para isso é essencial.
O especialista finaliza chamando atenção para a importância de começar a se planejar para o próximo ano desde já. “Quanto maior o horizonte de planejamento financeiro, melhor. Ter um orçamento do ano seguinte ou até mesmo 2 anos para frente é de grande ajuda. Tentar poupar algo todo mês com o objetivo de criar uma reserva de emergência para as eventualidades é o ideal e evita a criação de dívidas nesses períodos com maiores despesas”, diz André.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.