As ações pedagógicas bem-sucedidas, desenvolvidas na rede municipal de ensino de Juazeiro, foram apresentadas no evento "Seminários Territoriais Saberes e Fazeres", que integra o plano de formação continuada territorial promovido pelo Instituto Anísio Teixeira, na região do São Francisco. O evento foi realizado nesta quarta-feira (23) e contou com a participação de representantes do setor educacional nos dez municípios abarcados pelo Núcleo Territorial de Educação 10 (NTE-10). A rede municipal de Juazeiro, através da Secretaria de Educação e Juventude (Seduc), trouxe experiências de três escolas municipais que atuam com os Anos Finais, com atividades realizadas, inclusive, no Conjunto Penal de Juazeiro.
Representantes das escolas municipais Mandacaru (Mandacaru), Santo Antônio (NH3) e Maria Franca Pires (sede) apresentaram, respectivamente, o desenvolvimento de projetos educacionais voltados para a educação socioambiental, com o envolvimento da escola, família e comunidade; diversas estratégias para recomposição das aprendizagens, com foco nos aspectos socioemocionais; e manifestações artísticas e culturais com o objetivo de fomentar a cultura nordestina como forma de valorização da identidade regional, na comunidade privada de liberdade do Conjunto Penal de Juazeiro.
A superintendente de Formação da Seduc, Clemilda Dias, destacou a relevância do evento. "É muito importante esse momento de troca entre os municípios, de partilha de bons resultados que podem contribuir positivamente para evolução da educação em nosso território. A Rede Municipal de Ensino trouxe três práticas exitosas, vivenciadas a partir do estudo teórico das formações, para serem apresentadas aqui, em Juazeiro. Essas práticas escolhidas pelos próprios coordenadores dos Anos Finais, reforçam a humanização, inovação e a qualidade da nossa educação", explicou a superintendente.
Também integrou a programação do evento, a contação de histórias de alunos das escolas municipais de tempo integral Caic Misael Aguilar e Paulo VI, que é resultado de uma formação itinerante, promovida pela Seduc, com foco na temática.
Experiências na educação prisional
Marleide Bonfim dos Santos é professora nas etapas II e III da Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Conjunto Penal de Juazeiro e participou da realização do projeto "Sertão como palco das artes", apresentado no evento. Para a educadora a produção de poemas, cordéis, artesanatos e músicas feita pelos internos foi importante para além do aspecto intelectual.
"A arte além de preencher o tempo, alimenta a autoestima deles, podem sair de lá com uma boa perspectiva de futuro, novos projetos de vida. Além de avaliarmos a escrita, o desenvolvimento motor, o emocional também é tratado nesse momento", explicou a professora, que também contou sobre a emoção em socializar as atividades no Seminário. "A gente percebe que a educação dentro do Conjunto Penal precisa ser vista e existe muita coisa bonita. Isso é uma abertura de caminhos para o Conjunto Penal, mostrar que a educação prisional tem muito a oferecer", concluiu.
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