O preço das principais frutas e hortaliças teve alta em parte das Centrais de Abastecimento (Ceasa) do país no mês de outubro, segundo dados do 11º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na sexta-feira (18).
A alface nas Ceasa de Recife e Goiânia, por exemplo, teve aumento de preços em relação a setembro, de 46,72% e de 20,04%, respectivamente. De acordo com a Conab, as altas temperaturas em boa parte do país levaram ao aumento da demanda pela folhosa no mês passado. A batata, por sua vez, assim como em setembro, teve crescimento do valor de mercado. Os aumentos foram significativos, atingindo a variação máxima de 63,52% na Ceasa de Fortaleza, seguida pela alta de 50,06% em Santa Catarina.
A cebola também seguiu tendência de alta desde novembro do ano passado. Na média ponderada, de acordo com a Conab, o acréscimo em outubro foi de 21,39% em relação ao mês anterior, com destaque para as altas de 13,52% na Ceasa de Fortaleza e 45,61% na de Brasília.
Por outro lado, a cenoura apresentou preços mais baixos em algumas das Ceasas do país em outubro, especialmente nas de Goiânia (-12,76%), de Rio Branco(-10,55%) e do Rio de Janeiro (-6,47%).
“Vivemos em um momento de transição, onde começam as chuvas. Geralmente quando começam as chuvas e a temperatura começa a subir, é um movimento em que alguns tipos de produtos hortifrutis sentem essa mudança de clima. Dentro de um contexto, caminhamos para um movimento de normalização entre oferta e demanda”, avalia o diretor da Conab, Sergio De Zen.
Segundo De Zen, a volatilidade do câmbio também interfere na alta dos preços. “Pior do que uma depreciação do real, é essa volatilidade que o câmbio tem experimentado. Afeta diretamente o custo de produção. Há vários casos em que as sementes são importadas, como é o caso da batata, da própria cenoura. Insumos de maneira geral têm parte importada ou mesmo quando são fabricados no Brasil têm relação com o mercado externo”, destaca.
Frutas
A maioria das frutas analisadas pela Conab no mês de outubro também seguiu tendência de alta. É o caso da laranja, mamão, melancia e maçã. Fatores climáticos e a diminuição da rentabilidade em 2021 são apontados pela Companhia Nacional de Abastecimento como os principais vetores que levam ao aumento de preços.
A banana, no entanto, teve baixa nos preços considerando a média ponderada, favorecida pelo mês marcado por demanda regular, com preços quase estáveis em grande parte das Ceasas. As cotações da fruta diminuíram especialmente em Fortaleza/CE (-30,13%) e Recife/PE (-13,60%), onde a banana passou a custar entre R$ 1,07 e R$ 1,33 o quilo, respectivamente. O valor da melancia também apresentou altos e baixos em diferentes Ceasas. Entre setembro e outubro, o produto diminuiu 18,55% no Recife, mas, por outro lado, teve alta de 27% em Curitiba.
“No caso da banana, tivemos uma demanda regular, com os preços quase estáveis em grande parte das Ceasas. A banana nanica teve um movimento de elevação. Dentro das variedades, ocorrem às vezes movimentos diferentes de preço. As exportações decrescentes e são direcionadas principalmente para o Mercosul”, disse o analista da Conab, Arthur Vasconcelos.
O 11º Boletim Prohort foi realizado com base nos preços das Centrais de Abastecimento de São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, Curitiba/PR, Goiânia/GO, Brasília/DF, Recife/PE, Fortaleza/CE, Rio Branco/AC e Porto Alegre/RS. O documento completo pode ser acessado pelo site da Conab.
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