A 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI) foi realizada entre os dias14 a 18 de novembro, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF). O evento é organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, e deverá reunir cerca de dois mil representantes dos povos originários de todo o Brasil.
O objetivo é atualizar a Política Nacional de Saúde Indígena (Pnaspi), definir diretrizes e investimentos e efetivar particularidades étnicas e culturais no modelo de atenção à saúde dos povos indígenas.
Das margens do Rio São Francisco, a representação presente foi dos povos indigenas Trukas. Durante a cerimônia foi entregue a comenda Maninha Xukuru Kariri. A condecoração reconheceu três personalidades brasileiras cujas contribuições foram marcantes na luta por direitos e melhorias da saúde dos povos indígenas do Brasil.
Os homenageados são: Ailson dos Santos (Yssô Truká), no Segmento Usuário; Maria do Carmo Andrade Filha (Carmem Pankararu), no Segmento Trabalhador e Ubiratan Pedrosa Moreira, no Segmento Gestor.
Conhecida como Maninha Xukuru Kariri, Etelvina Santana da Silva, nasceu em 1966, na aldeia Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, interior do estado de Alagoas (AL). Ela é reconhecida como uma das grandes lideranças indígenas ao combater o preconceito na condição de mulher e indígena, sendo a única mulher em meio a tantos caciques e líderes indígenas. Em 2000, foi indicada pelo Projeto “1000 mulheres” ao prêmio Nobel da Paz.
Ela morreu em outubro de 2006 por problemas de saúde. Em 2007, recebeu in memoriam, o prêmio “Renildo José dos Santos”, destinado aos que se dedicam à defesa dos direitos humanos. Maninha foi agraciada na categoria “Defesa da Identidade Cultural”.
A 6ª CNSI ocorreu após 302 conferências locais e 34 distritais, realizadas entre outubro e dezembro de 2018.
A atual população indígena brasileira é de 817.963 pessoas, representando 305 etnias diferentes. Os dados são do último censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010. O estudo aponta que há populações indígenas em todos os estados da federação, incluindo o Distrito Federal, e registra 274 línguas indígenas diferentes.
A Conferência é uma conquista destes povos, com potencial para ser um grande encontro que irá apresentar novos caminhos para a Saúde Indígena no Brasil.
A saúde dos indígenas é determinada pelas suas condições de vida, sendo resultante direta ou indiretamente da regularização de suas terras e situação social. Assim, é fundamental que a atenção à saúde considere as demandas e particularidades dos vários contextos em que vivem os povos indígenas no Brasil: aldeados, contexto urbano, isolados, de recente contato ou em situações de vulnerabilidade. A demarcação de terras está entre as principais reivindicações destes povos.
A conferência nacional teve sete eixos para abordagem da saúde indígena, sendo: Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde, Modelo de atenção e organização dos serviços de saúde, Recursos humanos e gestão de pessoal em contexto intercultural, Infraestrutura e Saneamento, Financiamento, Determinantes Sociais de Saúde, Controle Social e Gestão Participativa.
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