O número de pessoas com contas atrasadas já ultrapassa 4,3 milhões na Bahia entre janeiro e novembro deste ano. Segundo dados do Serasa Experian, o número já é maior do que o registrado no ano passado (4 milhões).
De acordo com a 5ª edição da Pesquisa “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro”, encomendada pela Serasa, 1,2 milhão dessas pessoas moram em Salvador. O número também aumentou na capital baiana, em relação a 2021, quando tinha 1,081 milhão.
O maior parte dessas pessoas que estão com as contas atrasadas devem a bancos/cartões (29,75%). Em seguida, aparece as dívidas de energia elétrica e gás (22,61%) e com varejo (18,53).
Veja fonte Serasa o gráfico de tipos de contas atrasadas na Bahia. Índice mostra os dados relacionados a este ano:
Bancos/cartões: 29,75
Contas Básicas (como luz e gás) : 22,61
Varejo: 18,56
Telecom: 5,27
A 5ª edição da Pesquisa “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro”, encomendada pela Serasa, mostra os estragos emocionais e abalos nas relações pessoais e familiares causados pelas dívidas.
Produzida pelo Instituto Opinion Box, o estudo conta com o suporte técnico e análise de Valéria Meirelles, Psicóloga do Dinheiro, especialista na abordagem comportamental gerada pelo endividamento.
Os principais dados da pesquisa que ouviu 5.225 pessoas em todas as regiões do país revelam um cenário psicológico preocupante. Na região Nordeste, o estudo aponta que:
80% dos endividados têm dificuldade para dormir por conta das dívidas;
76% têm surtos de pensamentos negativos devido aos débitos vencidos;
73% afirmam ter dificuldade de concentração para realizar tarefas diárias;
61% dos entrevistados sentiram impacto no relacionamento conjugal;
58% viveram ou vivem sensação de “crise e ansiedade” ao pensar na dívida;
50% dos pesquisados revelam sentir “muita tristeza” e “medo do futuro”:
48% dos entrevistados têm vergonha da condição de endividado;
32% não se sentem mais confiantes em cuidar de suas próprias finanças;
29% sentiram impacto das dívidas no relacionamento com familiares.
“O sistema biológico é o primeiro a sentir os efeitos da preocupação com as dívidas”, observa Valéria, há 14 anos atendendo pacientes que tentam lidar com o problema. “A ansiedade vai invadindo a rotina de quem busca incansavelmente uma solução, o endividado passa a viver com pensamentos voltados ao futuro, não consegue mais relaxar e, consequentemente, não se concentra nas suas tarefas habituais e nem consegue mais dormir com normalidade”, explica a psicóloga.
Esperança e confiança-O estudo, porém, também traz dados animadores, como o fato de que 70% dos respondentes da região Nordeste revelam ter confiança em quitar a dívida e recuperar o crédito e 56% passaram a conversar com os familiares sobre a importância de reduzir os gastos da casa e buscar soluções conjuntas.
“É visível que há uma tentativa saudável de monitorar e controlar os gastos, uma conscientização que certamente pode ser atribuída à quantidade e variedade de informações sobre o tema da educação financeira que, felizmente, chega hoje em dia por várias mídias”, diz Valéria.
Endividamento no Brasil-Mesmo em queda leve nos indicadores do país, o desemprego ainda é considerado o principal motivo de endividamento, apontado por 29% dos entrevistados, de todo o Brasil, pela pesquisa da Serasa. Na sequência, aparece a causa da redução na renda própria (12%).
Chama a atenção no estudo que 11% dos pesquisados em todo o país revelam ter emprestado o nome para um amigo, conhecido, colega ou familiar e este nunca honrou com o compromisso financeiro assumido.
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