Crônica: Nosso povo unido por laços de amor

13 de Nov / 2022 às 23h00 | Espaço do Leitor

No ano em que comemoramos nossos 200 anos de independência, uma reflexão importante merece alcançar a direita e a esquerda: a quem interessa um país partido? Alguém se beneficia com a cisão vivida pelos brasileiros hoje?

Não é justo que nossa bandeira se torne um símbolo deste momento conflituoso; por isso, no próximo dia 19 de novembro — Dia da Bandeira, todos os brasileiros estarão convidados a fazer uma escolha pautada no amor.

Vamos juntos declarar a paz e, como prova desse ato supremo, colocar a palavra amor em nossa bandeira.

Amor ao Brasil, incluindo cada um, independentemente de suas escolhas ideológicas.

Amor ao futuro que todos temos em comum.

Amor aos nossos símbolos, bandeira, Hino, e o que temos de mais apreciado pelo mundo afora: soft power, ou, se preferir, o jeitinho brasileiro.

Por isso, devemos retomar o amor em nossa bandeira!

A citação filosófica que inspirou a bandeira brasileira dizia: "O amor por princípio, a ordem por base; o progresso por fim". Foi cunhada por Augusto Comte, que afirmava que "o amor deve ser sempre o princípio de todas as ações".

Portanto, tanto a ordem quanto o progresso, sem amor, não fazem sentido. Se hoje nos encontramos divididos entre os que querem ordem e os que querem progresso, talvez seja pela falta do amor a nos orientar e unir.

Os vínculos de afeto podem ajudar a superarmos a fase complexa que estamos vivendo de modo abrangente e sem contraindicações. Essa é a mais bela e grandiosa experiência humana, e foi isso que viemos fazer aqui na terra: aprender a amar.

Do seio materno até o suspiro final, nenhuma chance deve ser desperdiçada, principalmente em tempos desafiadores como o que estamos enfrentando.

Qual é, então, o destino que o povo brasileiro merece?

A escolha de destinos é mais fundamental do que aquela que as urnas nos oferecem. A escolha de destinos requer de nós olharmos mais além. Mas, para isso, precisamos reconhecer de onde viemos. E este caminho já está em curso: a Constituição de 1988 pode ser vista como uma grande expressão de amor. Ela nos conclama a "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação". Portanto, decreta, em lei, o que preconizaram os grandes líderes humanistas da história.

Neste momento crítico, convém recordarmos o que nosso Hino proclama: "Brasil de Amor eterno seja símbolo".

Confiemos em quem somos como nação. Levantemos a bandeira do amor, até que a palavra amor esteja em nossa bandeira. Com seu lema completo, "amor, ordem e progresso", nossa bandeira poderá voltar a ser de todos nós. E, unidos, poderemos fazer com que o Brasil floresça, e dê sua contribuição ao florescimento de toda a humanidade.

Esta crônica foi escrita por mim em parceria com Eduardo Rombauer, que é pesquisador da alma brasileira, especialista em colaboração e facilitador em diálogos.

Maria Paulo- atriz e escritora. Crônica publicada orginalmente no Correio Braziliense

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