Rotary Club de Juazeiro-Bahia intensifica apoio a vacinação contra poliomielite

24 de Oct / 2022 às 11h00 | Variadas

Nesta segunda-feira (24), os órgãos de saúde promovem ações em alusão ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite. Na Bahia, o número de vacinados não chegou a 60% do público-alvo, índice que preocupa autoridades de saúde. O Rotary Club de Juazeiro-BA, vai realizar uma ação de vacinação na creche Cristina Braga a partir das 9h, na terça-feira (25).  Coordenadores do Rotay Lembram que que a cobertura vacinal da PÓLIO ainda está muito baixa.  O ideal é acima de 95%.

A campanha de vacinação será realizada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município, das zonas rural e urbana. É importante levar RG, CPF ou Cartão SUS e o cartão de vacina da criança. A vacinação contra a poliomielite é destinada para crianças de 1 a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias). 

"Independente se a criança já tomou alguma dose da vacina contra a Pólio, conforme o calendário vacinal de rotina, é importante que os pais ou responsáveis levem as crianças para receber esta dose da campanha". A meta para a campanha contra a poliomielite é de vacinar pelo menos 95% das crianças menores de 5 anos. Juazeiro realizou dois dias D de vacinação contra a Poliomielite.

A creche Cristina Braga fica na Rua G, S/N no Alto da Aliança, Juazeiro-BA

HISTÓRICO: A trajetória da poliomielite no Brasil é pouco lembrada, devido ao relevante declínio e à baixa incidência da doença nas últimas décadas. Antes de ser considerada erradicada no país, em 1994, no entanto, a pólio marcou o cenário brasileiro, sobretudo no período de 1950 até 1980.

Crianças vítimas da doença, também conhecida como paralisia infantil, se locomoviam com dificuldade e com a ajuda de aparelhos ortopédicos rústicos. Quadros de febre ou fraqueza muscular causavam preocupação e pavor nos pais, que pensavam na possibilidade de ser poliomielite.

Foi na década de 1950, especialmente pela eclosão de epidemias no Rio de Janeiro e em São Paulo, que a doença passou a ser vista como um importante problema de saúde pública. A enfermidade foi uma das mais estudadas durante a primeira metade do século XX.

O último caso foi registrado no Brasil em 1989. Apesar disso, a queda da cobertura vacinal no país tem gerado preocupação entre profissionais da saúde, que veem riscos de a doença voltar e, por isso, enfatizam a importância da imunização.

Milhares de pessoas foram afetadas pela poliomielite no Brasil. A doença se tornou progressivamente responsável por causar paralisias musculares em crianças e, em casos mais graves, quadros de paralisia respiratória.

O médico sanitarista da Fiocruz Cláudio Maierovitch conta que, na época em que a vacina ainda não tinha sido desenvolvida, havia um equipamento chamado pulmão de aço que auxiliava no tratamento de insuficiência respiratória grave."Quando a poliomielite paralisa os músculos do peito, a pessoa não consegue respirar. Assim, o pulmão de aço — semelhante a um compartimento metálico — já foi uma visão comum nas enfermarias de pólio. Era uma situação muito triste, porque as pessoas ficavam dependentes de aparelhos para o resto da vida", explica Maierovitch.

A eliminação da poliomielite no Brasil demandou intensa mobilização de recursos institucionais, tecnológicos e sociais. Especialistas frisam que, com a criação do Sistema único de Saúde (SUS) em 1988, passou a vigorar uma política de vacinação mais sistemática.

Gotinha-Maierovitch explica que, em 1960, abriu-se a possibilidade da imunização contra a paralisia infantil a partir do registro de duas vacinas eficazes: a Salk, injetável, e a Sabin, da "gotinha". "A primeira vacina implementada foi a do (pesquisador norte-americano Jonas) Salk, mas depois da chegada da vacina oral de poliovírus atenuada, a Sabin (criada pelo cientista de origem polonesa Albert Sabin) passou a ser a mais utilizada."

Ele observa que um dos fatores positivos da vacina Sabin é a facilidade na aplicação, além do baixo custo "e da propriedade de estimular a imunidade da mucosa intestinal e espalhar, por meio das fezes, o vírus atenuado, capaz de imunizar mesmo crianças não vacinadas ao entrarem em contato com ele nas regiões desprovidas de saneamento básico". Ambas as vacinas são igualmente eficazes contra a poliomielite e foram fundamentais para mudar a trajetória da doença no país.

Na avaliação do pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, Edson Elias, a institucionalização da estratégia de dias nacionais de vacinação, em 1980, foi um dos passos decisivos para frear o vírus da pólio.

A Organização Mundial da Saúde estima que 20 milhões de pessoas que hoje podem andar estariam paralisadas se não houvesse as vacinas. No Brasil, apesar de todos os avanços, desde 2015, a vacinação contra a polio vem sofrendo uma queda significativa.

A campanha deste ano teve início em 8 de agosto. A previsão era que ela acabasse em 9 de setembro, no entanto, o Ministério da Saúde resolveu prorrogá-la devido à baixa adesão do público alvo.

No Dia Nacional da Vacinação, a cobertura contra a pólio atingiu 65,6%, longe do objetivo de imunizar, pelo menos, 95% das crianças na faixa etária de 1 a 5 anos de idade. A Paraíba foi o único estado a alcançar a meta, 67 dias após o início da campanha, segundo o Ministério da Saúde.

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