O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta terça-feira (4) que apoiará o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial.
Bolsonaro, que tenta a reeleição, enfrentará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na votação marcada para o próximo dia 30. No primeiro turno, Bolsonaro ficou atrás de Lula.
O candidato do PL recebeu 51 milhões de votos (43,20%) enquanto o petista ficou com 57,2 milhões (48,43%).
Romeu Zema, reeleito em primeiro turno com 56,18% dos votos válidos, anunciou o apoio a Bolsonaro após uma reunião com o presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília. Braga Netto, candidato a vice na chapa do PL, também participou do encontro.
"Não poderia também deixar neste momento de estarmos aqui, colocando as nossas divergências de lado, eu sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas convergirmos e em outras, não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário [Lula]", afirmou Zema.
Ele declarou ter herdado uma "tragédia" do governo petista de Fernando Pimentel em Minas Gerais e que esse foi um dos motivos que o levou a Brasília para declarar apoio ao candidato do PL.
Bolsonaro agradeceu o apoio do governador reeleito de Minas. "Sempre tivemos diálogo muito franco, nada tratado entre nós visava outros interesses a não ser o futuro do estado e, da nossa parte, do Brasil. O governador Zema passou um breve filme do que foi a gestão do PT para seu estado, e podemos dizer a mesma coisa sobre o Brasil", afirmou o presidente.
"Esse apoio do governador Zema é muito bem-vindo. É o segundo estado com maior colégio eleitoral do Brasil e é decisivo. Só quem ganha lá, diz a tradição, pode realmente chegar à Presidência da República [...]. Agradeço aqui o apoio do Zema neste momento. Mais do que bem-vindo, ele é essencial, ele é decisivo para a nossa reeleição. Muito obrigado, Zema", completou Bolsonaro.
No primeiro turno, Lula venceu em Minas Gerais e obteve 48,29% dos votos registrados para presidente da República no estado (5.802.571). O candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), obteve 43,60% dos votos (5.239.264). Simone Tebet (MDB) teve 4,17% dos votos em Minas, e Ciro Gomes (PDT), 2,58%.
Na capital, Belo Horizonte, Bolsonaro ganhou com 46,60% do eleitorado. Lula ficou com 42,53%.
De acordo com o colunista do g1 Valdo Cruz, Bolsonaro aposta no apoio de Romeu Zema para virar votos em Minas Gerais.
Em entrevista, Bolsonaro afirmou que pretende ir pelo menos três vezes ao estado durante a campanha de segundo turno, a primeira visita prevista para o próximo dia 12.
OUTROS APOIOS: O presidente Jair Bolsonaro também tem previsão de se reunir nesta terça com o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
O candidato do PL, que diz acreditar na reeleição, afirmou que teve conversas com outros governadores reeleitos – Ronaldo Caiado (União Brasil) em Goiás e Ratinho Junior (PSD) no Paraná – e que poderá se reunir nesta terça com o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou de fora do segundo turno da disputa no estado.
Bolsonaro disse ainda estar à disposição para conversar com ACM Neto (União Brasil), candidato que disputará o segundo turno da disputa estadual na Bahia contra o petista Jerônimo Rodrigues.
O presidenciável do PL fará nesta terça a primeira viagem da retomada da campanha. Bolsonaro participará de dois encontros religiosos da igreja evangélica Assembleia de Deus na cidade de São Paulo.
Novo: O partido ao qual Zema é filiado lançou para a eleição presidencial deste ano o cientista político Felipe D'Ávila, que ficou em sexto lugar no primeiro turno, com 559.708 votos (0,47%).
Em nota divulgada nesta segunda-feira (3), o Novo afirmou que é contra o PT e o "lulismo", mas libera seus filiados e eleitores a votar no segundo turno de acordo com a "consciência" e "princípios partidários".
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