A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou, nesta quarta-feira (28/9), processo que pedia a suspensão da investigação sobre suposta interferência da cúpula da Polícia Federal em operação que resultou na prisão do ex-ministro Milton Ribeiro.
O pedido foi apresentado à Corte pelos advogados de defesa de um dos delegados convocados a prestar depoimento por Bruno Calandrini, que comandou as investigações envolvendo supostos esquemas de corrupção no Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do pastor.
O colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelou que Calandrini pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão de integrantes da cúpula da Polícia Federal. A solicitação também está nas mãos da ministra Cármen Lúcia, encarregada da ação sobre desvio de dinheiro no MEC.
Calandrini afirma que seus superiores estariam impondo obstáculos ao bom andamento da investigação. Em mensagem enviada após a prisão do ex-ministro da Educação, ele disse que não tinha “autonomia investigativa para conduzir o inquérito deste caso com independência e segurança institucional”.
O delegado afirmou ainda que houve “decisão superior” para que Ribeiro, na ocasião em que a operação foi deflagrada, não fosse transferido de São Paulo para Brasília.
Um grampo telefônico usado pelo Ministério Público Federal (MPF) para apontar indícios de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) e encaminhar para o STF parte da investigação sobre o escândalo no MEC mostra o ex-ministro Milton Ribeiro contando a uma filha que “o presidente” havia o alertado sobre a possibilidade de uma operação de busca e apreensão.
“Hoje o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento, novamente, de que podem querer atingi-lo através (sic) de mim”, disse Ribeiro a uma filha, no último dia 9 de junho. “Ele acha que podem querer fazer uma busca e apreensão em casa. É muito triste”, declarou o ex-ministro.
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