"Numa terra em que a verdadeira cultura é tratada como adereço, um pedaço importante da história que se vai pouco vai significar pois com ela já segue aceleradamente o outrora Maior Sao João do Mundo que exclui a essência da festa quando cede aos encantos da linha comercial, atropelando arte, cultura, artistas e história. Meu apreço e reconhecimento ao trabalho de José Nobre que merece todos os méritos por manter acesa a alma e a obra de Luiz Gonzaga" (Fred Ozanan).
"Após mais de 30 anos divulgando a Missão Gonzaguiana - o forró, xote, xaxado e baião - o MUSEU FONOGRÁFICO LUIZ GONZAGA e seu criador e mantenedor ZÉ NOBRE se cansaram da falta de apoio dos órgãos governamentais que deveriam apoiarem a Cultura de Campina Grande, do Nordeste e do Brasil" (Kydelmir Dantas).
Pelas redes sociais dezenas de mensagens lamentam que o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba, fechou as portas. A informação é que a falta de apoio governamental inviabilizou o projeto do professor e pesquisador Zé Nobre, que manteve até este ano de forma particular o andamento do Museu, referência para os estudiosos da cultura musical brasileira.
A riqueza da vida cultural de uma cidade, muitas vezes medida apenas pela intensidade de seu show business e pelo sucesso dos seus eventos artísticos, deve ou deveria incluir, também, a sua vida literária, onde, mais que o brilho fugaz, se busca construir a memória e a permanência.
Destaco aqui o valor do professor e pesquisador José Nobre, nascido em Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Zé Nobre tem a trajetória vivida em Campina Grande, Paraíba. Ele é o criador, fundador do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande. Um espaço que privilegia a arte mais bela: a musical.
José Nobre reuniu ao longo dos últimos 30 anos uma produção constante, uma obra musical múltipla, de expressão e riqueza singulares.
Zé Nobre conta que o Museu reúne mais de 6 mil discos. No Museu consta monografias, artigos, jornais e mais os centenas de livros lançados sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. São teses de mestrados e doutorados. Os visitantes tem a visão na entrada do museu de 3 estátuas em granito pesando em média 700kg.
O Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba, representa a oportunidade de quem o visita de ampliar as possibilidades educacionais que o fator do conhecimento proporciona.
Campina Grande, diga-se, já foi considerada a cidade onde se realizava os maiores festejos juninos do país, o Maior São João do Mundo. Infelizmente hoje os festejos estão desqualificados, vendidos a industria cultural, no palco já não inclui a boa música na programação.
Mas toda reação tem reação. O tempo dirá aos gestores públicos de Campina Grande Paraíba qual o caminho da cultura e identidade que melhor trará progresso ao município...
Daí, cresce a importância do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande. Afinal, a história conta que Campina Grande sempre dedicou um carinho especial a Luiz Gonzaga, inclusive, o Rei do Baião recebeu o Título de Cidadão Campinense em 1972, propositura do então vereador Manoel Joaquim Barbosa.
No Museu, Todos os objetos expostos foram adquiridos por José Nobre com recursos próprios. O espaço já foi considerado o maior museu fonográfico a abrigar a obra de Luiz Gonzaga– superando, inclusive, o Museu do Baião instalado em Exu, terra natal do do Rei do Baião.
O mais importante é a união e incentivo a todos os Museus, espaços de saudades, memória, presente e futuro; local de preservação e divulgação do talento dos músicos brasileiros.
A Zé Nobre nossa gratidão...
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.