O grupo Quinteto Violado chega esta ano (2022) aos 50 anos de carreira com uma turnê nacional do show "Tempo – 50 Anos do Quinteto Violado", agregado ao lançamento do livro comemorativo contando a trajetória do grupo desde a sua primeira formação até se consolidar como o grupo nordestino mais antigo em atividade ininterrupta no Brasil.
A trajetória de 50 anos do Quinteto Violado emoldura um dos momentos marcantes da história da Música Popular Brasileira. O ano era 1971 e o Brasil vivia em plena ditadura militar, em Recife, quando cinco jovens faziam pela primeira vez um show na faculdade de Filosofia do Recife. O grupo, ainda sem nome, surpreendeu o público e a crítica da época com uma identidade sonora construída a partir do contrabaixo, violão, viola, flauta, percussão e vozes. Nesse mesmo 1971, numa apresentação em Fazenda Nova (PE), no teatro de Nova Jerusalém, o grupo foi batizado de Quinteto Violado.
No ano de 1972, no primeiro show de Gilberto Gil, no Recife, após sua temporada de exílio em Londres, foi convidado a assistir o ensaio do Quinteto. Se encantou de tal forma com aquele som produzido pelos cinco rapazes, que numa entrevista dada à revista O Bondinho, foi perguntado o que mais o tinha surpreendido musicalmente no seu retorno ao Brasil. A resposta foi direta – Quinteto Violado. E classificou o estilo musical do grupo como “free nordestino”. Uma liberdade poética para dizer que a sonoridade do grupo é carregada de poesias, composições próprias que fazem uma leitura do cancioneiro popular com arranjos que dão um toque de contemporaneidade e improvisos típicos do jazz, passeando do popular ao erudito.
O grupo ganhou notoriedade e respeito de outros nomes da música brasileira, como Caetano Veloso e Luiz Gonzaga. A partir daí, iniciou uma trajetória de apresentações pelo Brasil até culminar na primeira apresentação internacional em 1975, no Mercado Internacional de Disco e Edição Musical - MIDEM, realizado em Cannes, na França. Com o grupo, estava também Jair Rodrigues, que àquela altura já era um sucesso. A participação neste evento resultou no lançamento do primeiro disco do grupo e do LP "A Feira”. Nessa mesma viagem o Quinteto foi até Paris, onde se apresentou no Olympia, ao lado do próprio Jair, de Jorge Benjor, Toquinho e Vinícius de Moraes.
O Quinteto Violado conquistou plateias mundo afora em várias turnês internacionais, tocando em países como: Portugal, Alemanha, Suíça, França, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Áustria, Bélgica, Itália, Espanha, Turquia, Síria, Coréia do Sul (Seul), além do Paraguai, Peru, países da África e nas Américas. O grupo também fez parcerias com grandes nomes da música do Brasil e do mundo e foi responsável por apresentar o trabalho da paraibana Elba Ramalho para o Brasil.
Com direção geral e produção de Pedro Francisco de Souza, direção musical de Dudu Alves, e arranjos originais das décadas de 1970 e 1980, o show "Tempo", que marca os 50 anos do grupo, é um copilado musical e afetivo da trajetória do Quinteto. Um dos momentos marcantes da apresentação é uma homenagem ao músico e também fundador do grupo, Toinho Alves, falecido em 2008.
No repertório, estão músicas como "Asa Branca" (considerada por Luiz Gonzaga como o mais lindo arranjo para as centenas de gravações existentes para seu maior sucesso), "Cavalo Marinho", "Algodão", "Rio Capibaribe" (Melhor Arranjo do MPB Shell 80), "Ofertório" (da Missa do Vaqueiro), "Disparada", e mais 15 outras músicas que farão com que o público se sinta presenteado e de volta ao início dessa trajetória.
Entre as premiações do grupo estão quatro Prêmios da Música Brasileira, indicação ao Latin Grammy Awards, Medalha da Ordem do Mérito Cultural, além do lançamento de 56 Álbuns – entre LP’s e CD’s, quatro DVD’s e três livros que contam essa história e as diversas turnês nacionais e internacionais.
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