A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira 23 mandados de busca e apreensão contra os empresários que defenderam um golpe militar em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) na eleição deste ano. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Entre os alvos estão Luciano Hang, da Havan, e Afrânio Barreira, do restaurante Coco Bambu. Na lista de alvos também estão José Isaac Peres, dono da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, dono do Barra World Shopping; André Tissot, empresário do Grupo Serra; Meyer Nirgri, da Tecnisa; e Marco Aurélio Raimundo.
Todos os empresários integravam um grupo de mensagens em que integrantes defenderam um golpe militar em caso de vitória do petista. O caso foi revelado pelo site Metrópoles na semana passada.
Os mandados são cumpridos em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
NOTA: Posicionamento de Luciano Hang sobre busca e apreensão-O empresário Luciano Hang foi surpreendido na manhã de hoje com um mandado de busca e apreensão expedido pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Luciano estava trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular.
O inquérito foi cumprido por causa da matéria publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, no dia 17/08, com o título: "Exclusivo. Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps". O empresário reafirma que a matéria foi irresponsável e não retratou a verdade. "Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto", afirma. A fala de Luciano no grupo Empresários & Política foi a seguinte: "Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos", disse se referindo aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder. A mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes.
Segue fala do empresário na íntegra:
"Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros.
Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil.
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