Só se conhece realmente alguém não quando começa o amor, mas na separação. Para alegria dos advogados, muitos querem se vingar dilapidando o patrimônio do ex-consorte.
Outras vezes, iniciam perseguições dignas de um psicopata. Um conhecido terminou com a namorada. Inconformada, ela contratou um detetive particular para segui-lo.
Descobriu sua senha de e-mail e Facebook. Usava o GPS para localizá-lo! Sabia da vida dele mais do que quando namoravam. Resultado: passaram a se encontrar “por acaso”. Ela ligava sem parar. Ele não atendia. Infernizava-o no Viva Voz.
Ela entrava no GPS. Um dia foi atrás. E o encontrou com outra mulher, em um restaurante. Sentou-se sozinha na mesa ao lado. Almoçou como se fosse mais uma coincidência.
Descobriu o nome da outra. Ligava para ameaçá-la. Tome cuidada sua filha da puta. Não fique com homem que tem outra mulher. Sempre de número desconhecido. Apavorada, a outra desapareceu.
Ela se meteu em conversa do Facebook. Em nome dele, separou-se da próxima dizendo que “voltaria com a ex”. Ele não tinha como explicar isso tudo para a nova namorada. E perdeu mais uma.
Finalmente, numa das memoráveis perseguições do GPS, descobriu-se em frente a um motel. Ele estava com a outra. Ela mandou a foto. Sei onde você está – ameaçou. E aí fez um memorável escândalo.
Brigavam dia sim, outro também. E a briga se estendeu por anos. Houve ataques a tesouradas. Não a ele. Mas aos pneus de seu carro. Foram parar na delegacia.
Certa vez, ele ia viajar no carnaval e uma noite antes a ex o seduziu. Enlouqueceram, ela pediu uns tapinhas. Coisas dos momentos de paixão. Ela saiu do motel, foi direto para a delegacia.
Mostrou as marcas. Invocou a lei Maria da Penha. Para impedir que ele saísse com outra no carnaval.
De fato, esses dois beiram a insanidade. Fica a lição de que a fúria descontrolada e obsessiva do ex ou da ex não se mede intensidade do amor. Mas pelo tamanho do ego de quem foi abandonado. Ou pior, traído.
É uma atração fatal que transforma a vida do outro, em inferno. É uma espécie de sem você não viverei.
Na separação ninguém estende a bandeira branca e nem dança a valsa da despedida - “Adeus, amor, eu vou partir.”
Ao se separar, muito cuidado! Porque o céu vai escurecer, a alegria na terra desaparecer e o ciúme se debruçar sob o coração e aí chega o infortúnio, porque o amor e a ternura de outrora chegaram ao fim.
Aquela jovem romântica ou rapaz gentil podem se transformar em um barril de pólvora e tudo em nome do AMOR, sem dar conta de que a vida continua.
Escrito por Henrique Rosa, advogado.
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