O deputado federal Luciano Bivar (União Brasil-PE) confirmou neste domingo (31) que desistiu da candidatura pelo Palácio do Planalto. A informação já havia sido antecipada pela analista de política da CNN Thais Arbex. O político tentará a reeleição na Câmara.
O anúncio foi feito por Bivar na convenção estadual do partido em Recife, que também confirmou a candidatura de Miguel Coelho ao governo de Pernambuco. A vice na chapa será a deputada estadual Alessandra Vieira. Coelho foi prefeito de Petrolina (PE) por dois mandatos.
Em maio, o partido divulgou que deixaria o grupo formado com PSDB e MDB para tentar unificar uma candidatura da chamada terceira via. A sigla, então, anunciou a pré-candidatura de Bivar à Presidência da República.
Em um rápido discurso aos correligionários, Bivar, que é presidente nacional do partido, não deu detalhes sobre os rumos da sigla na corrida presidencial: se irá se manter neutra ou apoiar outro nome. Ele sinalizou, entretanto, que a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), pode assumir a corrida pelo Palácio do Planalto. “Eu quero aqui, de longe, parabenizar o meu Senado, na pessoa da senadora Soraya Thronicke, que em breve estará em Pernambuco apresentando alternativa para o País” afirmou.
Bivar afirmou que tem como objetivo fortalecer a bancada do União Brasil no Congresso para conseguir implantar medidas que julga necessárias, como a reforma tributária.
“O União Brasil trará uma simplificação tributária bastante importante, para que todos que ganham até 5 salários mínimos não contribuam nem para a Previdência Social e nem recolham imposto de renda, sem perder seus direitos previdenciários.
Economicamente nós podemos fazer isso. Temos grupo econômico que vai fazer com que a União Brasil certamente terá uma força na Câmara e no Senado, que terá luz suficiente para impor a qualquer que seja o governo essas nossas condições de minorar as desigualdades sociais do nosso país”, disse.
“Resolvi voltar e continuar na Câmara Federal com a ajuda de vocês para que a gente possa continuar presidindo o partido com a força que temos”, disse.
O deputado evitou fazer críticas aos principais candidatos ao Planalto, mas afirmou que o partido irá lutar para que “o país que tenha liberdade e segurança jurídica para que a gente possa produzir e construir de acordo com nossos ideais”.
Poucos meses antes, a legenda chegou a cogitar a candidatura presidencial do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que deixou o Podemos para se filiar ao União Brasil. O projeto, porém, não vingou, e Moro deve tentar uma vaga no Senado pelo Paraná.
Pressão pela desistência
A desistência de Bivar é confirmada em meio às tentativas do PT de atrair o União Brasil para o rol de alianças em prol do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O União Brasil é dono do maior fundo eleitoral e partidário e da maior fatia de tempo de TV, para o seu arco de alianças.
Além do PT, lideranças de outros partidos, como PL e PDT, também vinham pressionando o União Brasil para que desistisse da candidatura de Bivar. O objetivo das siglas é tentar ampliar as alianças em âmbito nacional. Os partidos ofereceram desde apoios regionais até vagas no Senado.
Na semana passada, Bivar afirmou em um evento na Associação Comercial de São Paulo que sua candidatura era “irreversível”.
Criado oficialmente neste ano, o União Brasil é resultado da fusão entre o DEM e o PSL –partido pelo qual, em 2018, o presidente Jair Bolsonaro foi eleito. Atualmente, Bolsonaro está no PL.
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