O Dia do Motociclista é celebrado nesta quarta-feira (27), mas a data tem servido mais como um alerta do que como um momento de comemoração, pois de acordo com o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, do Ministério da Infraestrutura, dos mais de 153 mil acidentes registrados no Brasil, nos três primeiros meses do ano, 18% envolveram motocicletas.
Em Pernambuco, dos 1.002 acidentes no período, a moto lidera com 48,92% dos registros. Dos 222 óbitos ocorridos nesses acidentes, 45,5% tiveram envolvimento com motocicletas. No Hospital Miguel Arraes (HMA/FGH), em Paulista, que é referência no atendimento de trauma-ortopedia e cirurgia geral na Região Metropolitana Norte do Recife, 432 vítimas de acidentes de trânsito com motocicleta deram entrada no hospital, no período de janeiro a junho deste ano.
De acordo com levantamentos feitos pela Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH/HMA), que constam no Sistema de Informação sobre Acidentes de Transporte Terrestre (Sinatt), em quase 60% dos casos, os pacientes que dão entrada são vítimas de colisão no trânsito. A segunda causa é a queda, com 34% dos registros.
Em 2021, no mesmo período, foram 452 acidentes, sendo 60% deles provocados por colisões.
Com o intuito de mudar esse cenário, o HMA alerta aos motociclistas sobre a importância do uso de equipamentos básicos, como o capacete por exemplo, que é obrigatório.
“A falta dos equipamentos de proteção individuais, como capacete, cotoveleiras e sapatos fechados, contribui para a gravidade das lesões e faz com que o perfil desse tipo de acidente não mude”, explica o ortopedista Adauto Telino, diretor médico do HMA.
“E se somarmos à falta de habilitação do condutor, o uso de bebida alcoólica e a velocidade, que também são fatores relacionados aos acidentes, temos a descrição dos casos notificados das vítimas de acidentes de motocicleta em nossa unidade”, completou.
Apesar do óbito não representar, felizmente, a maioria dos casos de evolução do atendimento no HMA, um outro dado preocupante diz respeito às internações hospitalares.
Este ano, até o mês de junho, 45,8% dos pacientes que deram entrada na unidade após acidente com moto precisaram ser internados.
“São pacientes submetidos, muitas vezes, a mais de uma intervenção cirúrgica e que precisam de acompanhamento médico, numa recuperação lenta, com grande possibilidade de alguma sequela. Além disso, esse paciente onera o Sistema Público de Saúde em suas fases pré-hospitalar, durante o atendimento e até posteriormente, levando em consideração as sessões de fisioterapia”, finalizou Adauto.
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