A Análise de Inadimplência Nacional de Pessoas Físicas, realizadas pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), estima que quatro em cada dez brasileiros adultos estavam negativados em maio de 2022. São 62,37 milhões de pessoas físicas inadimplentes. O indicador de inadimplência de pessoas físicas do SPC Brasil avalia a evolução do número de consumidores negativados e do número de endividados através das bases que a empresa tem acesso.
Em maio de 2022, o número de consumidores com contas em atraso cresceu 5,81%. O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (44,73%).
Em números absolutos, São Paulo lidera o número de negativados, com mais de 15 milhões, mais que o dobro do estado segundo colocado. O Rio de Janeiro tem 6,15 milhões e Minas Gerais, 5,9 milhões. Bahia (3,92 milhões) e Paraná (3,27 milhões) aparecem entre os cinco mais inadimplentes.
Merula Kelly Borges, especialista em finanças, investimento e risco da (CNDL) afirma que o Brasil está perto de atingir o número recorde de pessoas em inadimplência de 2018.
“Bom, primeiro, esse é o sétimo mês consecutivo de aumento de inadimplentes e estamos muito próximos do recorde de 2018. Isso está diretamente relacionado com o alto nível de desemprego, economia estagnada, alta nos preços dos alimentos e outros itens básicos, esses fatores fazem com que as pessoas tenham que priorizar alguns pagamentos e deixar outros pendentes.”
Segundo o levantamento, o número de devedores com participação mais expressiva no Brasil no mês de junho está concentrada na faixa etária de 30 a 39 anos (24%) e segue distribuída entre os sexos: 50,82% de mulheres e 49,18% de homens.
“O endividamento de pessoas mais jovens pode ser explicado pelo fato de que é nesse momento que as pessoas estão mais ativas economicamente. Geralmente essas pessoas têm mais filhos e outras despesas. Já as pessoas mais velhas, geralmente já quitaram as dívidas. Então quando as pessoas estão economicamente ativas elas têm um risco muito maior de se endividar. É o momento em que essas pessoas estão comprando a casa própria, pagando a escola do filho e lidando com outros gastos”, explica Borges.
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