O municipio de Exu, Pernambuco, comemorou o bicentenário do nascimento do Barão de Exu. A professora Sergiana Tavares escreveu um cordel sobre a história do Barão de Exu, por ocasião das comemorações de seu bicentenário na Fazenda Araripe em Exu.
O evento foi realizado pelo Instituto Histórico Barão de Exu durante os dias 15, 16 e 17 de julho e contou com uma vasta programação incluindo entrega de medalhas comemorativas, quadrilhas, forró pé de serra e missa solene.
Sergiana é exuense mas há 20 anos mora em Crato, Ceará, onde leciona Literatura na Universidade Regional do Cariri – URCA. Tem mestrado em Educação, pela Universidade Lusófona, Portugal, e doutorado pela Universidade Federal do Ceará - UFC.
Sergiana estudou a vida toda em escola pública, terminando o ensino médio no Colégio Bárbara de Alencar em Exu e logo em seguida ingressando no curso de Letras da URCA. Para conseguir fazer a graduação ia diariamente de Exu para Crato, enfrentando todas as condições adversas e, assim, concluir a licenciatura em Letras.
Ela é uma apaixonada pela cultura popular, especialmente pela literatura de cordel. Desde criança ouvia sua mãe recitando cordel, que seu pai comprava na feira nos dias de sábado. Quando aprendeu a ler, foram os primeiros e por muito tempo, os únicos “livros” a que teve acesso diante das dificuldades financeiras enfrentadas na época.
Ela crê que vem dessa época a sua paixão pela poesia em geral e em particular pela poesia popular. Quando jovem, começou a fazer algumas poesias e ganhou alguns concursos desse gênero dos quais participou. Chegou a fazer parte da Associação de Poetas de Exu, quando produziu alguns poemas, mas com a intensificação dos estudos e do trabalho e sua ida para o Crato, deixou a poesia de lado e só recentemente começou a produzir, esporadicamente, algumas poesias sempre em homenagem a algum amigo.
No entanto, ela conta, que a alguns meses recebeu o convite da presidente do Instituto Cultural Barão de Exu, a escritora Thereza Oldam, para participar da comissão da festa do bicentenário do Barão. Como as reuniões eram realizadas em Exu, ela não pode participar de nenhum dos encontros e começou a se sentir em débito não só com dona Thereza Oldam mas porque, como exuense, queria contribuir de alguma forma com um evento tão importante para o Exu.
Foi quando surgiu a ideia de fazer uma poesia em homenagem ao Barão. Ela iniciou com a ideia de fazer apenas um poema, mas foi se aprofundando na história dele e percebeu que não tinha como fazer um poema curto. E assim, o poema foi ganhando cada vez mais estrofes e quando viu já tinha escrito 67, ou seja, tinha escrito um cordel.
Foi o primeiro cordel, portanto que ela escreveu. Nele, ela conta toda a saga da família Alencar, desde a saída de Portugal até seu estabelecimento em Exu e daí a história de Gualter Martiniano, a promessa que resulta na construção da famosa capela de São João Batista no Araripe e a continuação dos festejos por seus descendestes. Ela usou como fonte o livro Igreja de São João Batista do Araripe – Sesquicentenário, de Thereza Oldam de Alencar.
O Instituto Histórico Barão de Exu resolveu publicar o cordel, para o qual a autora cedeu todos os direitos autorais. Foram impressos mil exemplares tendo a coordenação editorial de Dario André Peixoto de Carvalho e a coordenação de design e ilustração de George Cruz Silva. Estão disponíveis para a venda na sede do Instituto, na fazenda Araripe, cuja renda será revertida para o mesmo.
Professora Sergiana Tavares diz que não se considera cordelista e nem poetisa. Mas apenas alguém que faz poesia quando o tema a encanta, como quando homenageia seus amigos queridos ou quando a história a instiga, como a história do Barão que narrou em forma de versos no presente cordel.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.