Pesquisadora petrolinense mapeia profissionais do livro do Sertão do São Francisco

19 de Jul / 2022 às 13h30 | Variadas

Quem são, quantos, onde e o que estão produzindo os escritores, ilustradores, quadrinistas, designers, xilogravuristas e outros profissionais do livro do Sertão do São Francisco Pernambucano? O projeto "Mapeamento da cadeia criativa do Sertão do São Francisco pernambucano", idealizado pela pesquisadora e produtora cultural Amy Almeida, tem o desafio de responder a essas perguntas. O trabalho iniciado em 2021, estudou o território assim como a dinâmica regional do livro, mapeou  profissionais e lança os primeiros resultados, em seus canais de comunicação, em formato de livro digital a partir do dia 20 de julho. 

Nova etapa do projeto se iniciará em agosto deste ano com visitas da caravana de pesquisadores às cidades de Afrânio, Dormentes, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Cabrobó e Orocó, incluindo também Petrolina, onde a pesquisadora reside, reforçando dados coletados anteriormente e também incluindo, nessa segunda etapa, profissionais dos elos mediadores, produtivo e distributivo, entre eles contadores de histórias, bibliotecário(a)s, editoras, livreiros, professores-leitores, sebistas, produtores culturais do livro, ou seja, todas as pessoas que estão envolvidas com livro, leitura, literatura e, consequentemente, toda a economia do livro na região. 

De acordo com Amy Almeida, o mapeamento direto com as bases de criação literária, que é inédito não somente em Pernambuco, mas também no cenário nacional, irá contribuir para a formação de uma rede de comunicação entre seus fazedores, colaborando para a sustentabilidade do setor no mercado cultural local. Segundo ela, "os dados irão servir como base para políticas públicas que possibilitem destinação orçamentária para o fortalecimento da cadeia produtiva do livro e desenvolvimento da economia cultural local''.

Com a promulgação, em 2020, da Lei Nº16.991, a qual regulamenta o Plano Estadual do livro, leitura, literatura e bibliotecas, ações ligadas ao mundo literário deixam de ser restritas de alguns governos e passam a ser política de estado, garantindo sua continuidade, criando uma rede de proteção para a economia do livro. "É uma vitória importante para os profissionais da área, e porque não, também para nossa região", assinala Amy Almeida.

O jornalista, escritor e Doutor em comunicação pela USP,  Emanuel Andrade , que tomou conhecimento do projeto logo após a aprovação no Funcultura, defende que a iniciativa pioneira deve ser replicada nas outras regiões do estado de Pernambuco, pois segundo ele, corrige um processo de indiferença à literatura produzida fora da capital. "Esse trabalho de pesquisa é necessário, estimulante e ousado, pois a partir dele, poderemos ter outras alternativas nesta mesma linha que identifiquem e facilitem as oportunidades para os novos e velhos escritores e profissionais de outras áreas ligadas à criação literária. Creio que agora poderemos superar a invisibilidade desse cenário vivo e ainda pulsante nessas regiões", afirma.

O produtor cultural Rogério Robalinho, sócio-diretor da Cia de Eventos e criador da Bienal do Livro de Pernambuco, destaca a importância de um mapeamento e diagnóstico da cena literária local. "A realização de uma pesquisa inédita desse nível é fundamental para ampliar as possibilidades de interação e visibilidade da atividade literária do Sertão e do Vale do São Francisco. Atualmente sabe-se que desponta uma intensa produção literária local, novas editoras e criadores de conteúdo ligados ao mundo do livro e é importante visibilizar esses talentos, afinal eles são a base de qualquer evento, seja de pequeno, médio ou grande porte", diz. Robalinho ainda acrescenta que a Cia de Eventos sempre esteve atenta à movimentação literária no sertão pernambucano, principalmente porque, segundo o produtor, já foram realizadas três edições do evento, sempre com êxito crescente e repercussão nacional. "Pretendemos voltar em outras ocasiões", assegura.

Desde 2021, a equipe de pesquisadores vem mantendo contatos regulares com representações da cultura das cidades, com o objetivo de criar laços de diálogo com suas fontes de criação e comunidades. De acordo com Amy Almeida, essa interação irá facilitar as trocas de informações e maior possibilidade de assertividade no resultado final do estudo, que irá para a segunda etapa e deve se intensificar a partir de agosto de 2022. 

O projeto é financiado pelo FUNCULTURA – Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura e obteve pontuação com nota máxima (10) em sua aprovação. Tem como lema principal: "Profissional do Livro, mapeie-se nessa ideia!". 

Canais de comunicação do projeto:

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página: https://www.mapaliterariope.com.br

Da Redação RedeGN

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