O médico Giovanni Quintella Bezerra, flagrado estuprando uma paciente durante o parto, passou a ser investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como um criminoso em série. Além da vítima do vídeo gravado por colegas da equipe médica, que já suspeitavam do comportamento do anestesista, a polícia apura se outras cinco mulheres também foram violentadas sexualmente por ele.
Essas supostas vítimas e alguns parentes foram à Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), onde o caso é apurado, para denunciar o médico.
“Pela repetição das ações criminosas que nós observamos e pela característica compulsiva das ações do indiciado, nós podemos dizer que é um criminoso em série”, diz delegada Bárbara Lomba, responsável pela investigação.
De acordo com Lomba, os primeiros depoimentos e provas colhidas são indícios fortes de que Giovanni teria dopado as vítimas, exclusivamente, para a prática do estupro.
“Com todas as informações que nós já coletamos até agora das vítimas que nós ouvimos, em todos os casos, a sedação pareceu desnecessária, feita no final do procedimento. Há relato de questionamento feito a ele (Giovanni) sobre o motivo da sedação e não houve explicação. A vítima não estava nervosa, não estava agitada, não havia nenhuma complicação na cirurgia. Então, com todas essas peças conciliadas, tudo indica que a sedação era feita para a prática do estupro”, afirma a delegada.
Segundo Bárbara, todo o material apreendido foi enviado para a perícia nesta quarta-feira (13), incluindo o telefone que originou as gravações e os sedativos que eram usados nas pacientes.
Ainda nesta quarta, a Polícia Civil espera ouvir o marido da mulher vítima de estupro durante a cesariana, no último domingo (10). A delegada não soube informar se já ela sabe do ocorrido, mas espera ouvi-la assim que receber alta médica.
Na terça-feira (12), a justiça fluminense converteu a prisão em flagrante, em prisão preventiva. Na decisão, a magistrada chamou a atenção para a gravidade do caso e destacou a brutalidade e crueldade da ação.
Giovanni Bezerra está isolado em uma cela do presídio Bangu 8, na Zona Oste da capital.
O Cremerj informou que suspendeu Giovanni Quintella Bezerra do quadro de médicos. Com isso, ele fica impedido de exercer a medicina em todo o país, até o fim do processo que pode cassar o registro em definitivo. Segundo a nota do órgão, “a medida é um recurso para proteger a população e garantir a boa prática médica”.
A CNN Brasil ainda não conseguiu contato com a defesa do acusado.
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