Após dois anos sem a realização do cortejo cívico por conta da pandemia, as celebrações da Independência da Bahia, que acontecem no dia 2 de Julho, terão ares de campanha presidencial no próximo sábado.
Os três primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT), confirmaram presença e estarão em Salvador no mesmo dia.
Os três estarão em eventos distintos em celebração ao 2 de Julho, mas que acontecem em regiões não tão distantes. Ciro e Lula estarão a cerca de um quilômetro de distância um do outro, enquanto o evento com Bolsonaro terá ponto de partida a cerca de cinco quilômetros dos locais onde estarão os candidatos do PT e PDT. O trio estará em um raio de 3,4 quilômetros de distância.
Lula não deve participar do ato cívico nas ruas de Salvador. Mas estará próximo, na Arena Fonte Nova, estádio que recebe grande eventos em Salvador. A iniciativa está sendo chamada de Grande Ato da Independência, com previsão de começar às 10h30, logo após a caminhada do 2 de Julho.
O ex-presidente estará ao lado do governador da Bahia, Rui Costa, do senador Jaques Wagner, e do pré-candidato do PT ao governo do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), além do senador Otto Alencar (PSD), candidato da chapa governista à reeleição no senado. A organização do evento exige um cadastramento para ter acesso ao estádio.
Já o presidente Jair Bolsonaro participa, a partir das 9 horas, de um passeio de moto pelas ruas da Orla Atlântica de Salvador. A concentração está marcada para 8 horas, no Farol da Barra, que fica a cinco quilômetros da Arena Fonte Nova.
Inicialmente, a concentração do evento com Bolsonaro estava prevista para ocorrer no Dique do Tororó, que fica em frente da Arena Fonte Nova, onde acontecerá o evento com Lula. Na última terça-feira (28), no entanto, a organização do evento divulgou a mudança que ampliou a distância física dos políticos e sua base aliada.
O presidente estará acompanhado do ex-ministro da Cidadania e pré-candidato ao governo da Bahia, João Roma (PL), além da pré-candidata ao senado, Dra. Raissa Soares (PL).
Já Ciro Gomes deve participar do desfile cívico, com saída dos carros emblemáticos do Caboclo e da Cabocla do Pavilhão do Largo da Lapinha, passando pelas ruas do Centro Antigo de Salvador, até a região do Centro Histórico, onde ocorre a primeira parte do desfile. Ciro deve caminhar ao lado de uma comitiva do PDT. Na Bahia, o partido integra a chapa do ex-prefeito de Salvador ACM Neto.
Procurada pelo g1 Bahia, a Secretaria de Segurança Pública disse que, por enquanto, realiza um levantamento das informações sobre o esquema de segurança para o 2 de Julho.
As celebrações da Independência da Bahia começam na quinta-feira (30), com a saída do Fogo Simbólico da cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano. A chegada em Salvador, no Largo de Pirajá, acontece no dia seguinte, às 16 horas.
No sábado (2), às 6 horas, haverá a tradicional alvorada de queima de fogos no Largo da Lapinha, que marca a preparação do Cortejo Cívico. Na sequência, serão hasteadas as bandeiras e homenagens ao monumento do General Labatut.
Em seguida, a primeira parte do cortejo será iniciada, em direção à região do Centro Histórico, com homenagens aos heróis da Independência pelo Convento da Soledade, Ordem Terceira do Carmo e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
As figuras do Caboclo e da Cabocla, que representam os indígenas que lutaram contra a presença dos colonizadores portugueses na cidade, lideram o cortejo.
A partir das 14 horas, a segunda parte da caminhada segue em direção ao Campo Grande. Nesta etapa do percurso, a pira do Fogo Simbólico será acesa pelo campeão olímpico de boxe Hebert Conceição. O momento será acompanhado pelo hasteamento das bandeiras e homenagens no Monumento ao 2 de Julho.
INDEPENDÊNCIA: Na Bahia ocorreu uma espécie de independência paralela em relação ao movimento nacional. A luta começou antes, no dia 19 de fevereiro de 1822, e terminou depois da data comemorada nacionalmente, o 7 de setembro de 1822.
Os baianos só se tornaram independentes em 2 de julho de 1823, 10 meses após o grito de independência de dom Pedro I. Para isso, foram muitos confrontos sangrentos, em diversas partes do estado, que na época era uma província.
Os poucos portugueses que ficaram no país após o 7 de setembro de 1822 se amontoaram na Bahia. Após quase um ano de luta, os baianos expulsaram os portugueses no 2 de Julho de 1823, considerada data maior do estado nordestino.
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