Já com assinaturas suficientes para a instalação de uma CPI para investigar denúncias de desvios no Ministério da Educação, a oposição no Senado Federal pretende colher pelo menos mais duas para ter uma segurança e pressionar o presidente Rodrigo Pacheco a instalar a comissão de inquérito.
A pressão, dos dois lados, de quem defende a instalação e de quem tenta evitar para poupar o governo de desgastes em ano eleitoral, coloca o senador baiano Otto Alencar no centro das discussões, já que ele é um dos que ainda não assinaram o documento, em que pese ser considerado um opositor e tenha tido papel relevante na CPI da Covid-19.
Nas redes sociais do senador muita gente está indignada com a relutancia dele, que é candidato à reeleição na chapa do ex-Secretário de Educação da Bahia Jerônimo Rodrigues, do PT.
“Por que o senhor acha que os parlamentares não devem investigar o desvio do dinheiro para a educação das crianças?”, questionou um deles.
“Senador, chegou a hora de honrar os votos recebidos pela nação e assinar a CPI do MEC! Essa investigação da PF vai mostrar muita sujeira. Escolha bem de que lado Vossa excelência deseja estar nessa página da história!”, registrou um seguidor no Twiiter.
“Na CPI da Pandemia o senhor falou em defesa do SUS, às instituições republicanas e em respeito aos cidadãos. Nós precisamos saber sobre a corrupção e os desmandos no MEC e aguardamos sua assinatura para abertura da CPI, a bem do Brasil!”, anotou outro internauta.
“Me causa espécie senador “ e “O senhor não ter assinado a abertura da CPI. Eu como baiano estou decepcionado. O senhor um dos poucos políticos que eu respeito ter esse posicionamento só me faz perder ainda mais a fé na política”, lamentaram outros.
A posição do senador, seria, de acordo com matéria publicada pela Folha, “receio de entrar em conflito com o eleitorado evangélico”, num ano em que está concorrendo à reeleição.
Mesmo tendo 28 assinaturas já confirmadas, uma a mais que as 27 necessárias, a oposição busca pelo menos mais duas, de Otto Alencar-BA e Marcelo Castro-PI, para ter uma margem de segurança, já que o governo deve pressionar por retiradas de assinaturas nas próximas horas.
Numa tentativa anterior, antes da prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, Otto Alencar foi um dos que não assinou, o que resultou na não instalação, já que o governo pressionou senadores e pelo menos dois retiraram suas digitais do papel, depois de terem assinado a CPI.
É o que a oposição tenta evitar agora.
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