Um evento cheio de risos, com a participação de grupo teatral e também de luta e compartilhamento de saberes. A agricultora Edna Menezes, uma das presentes no II Encontro de mulheres rurais do Nordeste, destacou a importância do momento para a partilha de vivências.
"Às vezes você pensa que sua luta é grande, mas quando você vê o que outras mulheres fazem para estar dentro da agricultura familiar, você se sente tão pequeno".
Essa reflexão foi provocada durante o evento, que marcou o início das atividades da I Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes) na última quarta-feira (15). Mais de 300 mulheres de cooperativas, associações e movimentos sociais populares dos estados nordestinos debateram temáticas relacionadas à violência contra as mulheres, a luta por políticas públicas, a necessidade de fomento para a produção, participação em espaços de decisão política e em cargos representativos.
O encontro também foi um momento de conhecer experiências exitosas de práticas agroecológicas no Semiárido. "As apresentações dos estados, das mulheres agricultoras, o desempenho delas e também esses relatos verdadeiros. E saber que além desses vídeos, elas também estão aqui vendendo os seus produtos", destaca Edna Menezes.
A coordenadora dessa segunda edição do encontro de mulheres, Gabrielly Sousa, afirma que a articulação vai continuar sendo fortalecida. "A ideia é que a gente consiga fazer uma articulação contínua das mulheres que se envolveram nesse evento, para que a gente consiga sempre estar se reencontrando, atualizando essas nossas pautas e colocando as propostas das mulheres rurais para os próximos tempos".
Representantes de algumas das mais de 20 organizações que participaram da feira também estiveram no encontro. O coordenador institucional do Irpaa, Clérison Belém, destacou a importância do protagonismo das mulheres e também da presença, nessa atividade, das liderança femininas dos governos nos Estados do Rio Grande do Norte e do Piauí. "Esperamos que essas experiências exitosas sirvam de exemplo para outras regiões, outros grupos e Estados. A gente vê que a mulher, mais uma vez, reforça o seu espaço no campo, na agricultura familiar", pontuou.
Na ocasião, a governadora do Estado do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, deu as boas vindas e discursou enfatizando a força e a resistência das mulheres. "A feira e o encontro de mulheres é uma oportunidade para fazer esse intercâmbio de ideias, de troca de experiências, para que o Nordeste possa avançar cada vez mais na pauta da agricultura familiar. A gente sabe o quanto essa agenda da agricultura familiar tem sido duramente atacada. Por isso que nós temos que celebrar, sobretudo, essa capacidade de resistência nossa e, mais ainda, a capacidade de resistência das mulheres", conclui.
A FEIRA: A I Fenafes terminou no último domingo (19) e possibilitou a realização de diversas atividades como painéis temáticos e fórum, incluindo ainda a participação de mais de mil e cem expositores no Centro de Convenções de Natal. Além da venda de produtos agroecológicos e de artesanatos, também aconteceu a divulgação de ações institucionais, a exemplo de atividades das entidades que compõem a Rede Ater Nordeste de Agroecologia e da campanha Tenho Sede, realizada pela Articulação do Semiárido (ASA).
O evento foi realizado pelo Consórcio Nordeste e por órgãos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e contou com o apoio e parceria de outras instituições, a exemplo da Fundação Oswaldo Cruz.
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