A prisão do ex-ministro da educação Milton Ribeiro fez o senador Randolfe Rodrigues (Rede) retomar os esforços que iniciou em março para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal. Randolfe afirmou que falta somente uma assinatura para conseguir o objetivo - que já teria sido alcançado caso todos os senadores baianos tivessem apoiado a proposição.
Até o momento, somente um senador da Bahia assinou o documento que solicita abertura da CPI do MEC. A assinatura já tinha sido feita em março, quando o governo federal conseguiu manobrar para que o inquérito não fosse aberto e fez pelo menos 5 senadores retirarem suas assinaturas.
Jaques Wagner (PT), Otto Alencar (PSD) e Ângelo Coronel (PSD) são os senadores eleitos pela Bahia. Somente Wagner assinou até o momento.
Ao BNews, Ângelo Coronel afirmou que não vê sentido na CPI, já que o objetivo da comissão é, no final das contas, gerar um relatório e enviar uma denúncia para o Ministério Público Federal (MPF). Ainda de acordo com Coronel, a bancada do PSD discute internamente sobre a questão.
"A bancada ainda não decidiu se vai liberar os parlamentares. Estamos discutindo da seguinte maneira: como você acompanhou pela Covid. A CPI pra mim é inócua, é um palanque para 3 ou 4 aparecerem. Já está sendo investigado, então para que a CPI? O cara já está investigado, preso inclusive", disse Ângelo Coronel.
O senador já havia afirmado que Milton Ribeiro terá o direito de defesa após prisão feita pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento no esquema de tráfico de influência, prevaricação, advocacia administrativa e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao MEC.
“Toda prisão carece de uma investigação. Não sou juiz para prejulgar ninguém e o ex-ministro vai ter direito ao contraditório para esclarecer os fatos. E se por um acaso ficar confirmado que houve dolo, com certeza receberá as punições, mas não podemos fazer um pré-julgamento”, disse.
O BNews tentou entrar em contato com os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, mas não teve retorno até o fechamento desta reportagem.
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