Escolhida cidade-sede no Submédio São Francisco para a 9ª edição da campanha Eu viro carranca para defender o Velho Chico, Glória é um município baiano localizado a 514 km da capital Salvador.
Banhada pelas águas do Rio São Francisco, a cidade, que guarda uma história de resiliência, já foi atingida por duas barragens, Moxotó e Itaparica, sendo a primeira, de acordo com relatos dos moradores, a que provocou maior impacto no seu território, inundando povoados, dentre eles o Povoado Barra e a antiga sede do município.
Glória faz fronteira com os estados de Pernambuco e Alagoas e, atualmente, tem uma população de mais de 16 mil habitantes. Com um forte potencial para o turismo de lazer, a cidade conta com pontos como a Serra do Retiro, com 150 metros de altura, e possui uma trilha especial para o turismo ecológico e religioso. O Balneário Canto das Águas, às margens do rio São Francisco, é mais um atrativo da região dos Lagos e Cânions do São Francisco. Já a famosa Ilha de Rarrá, com um arco de 8Km de extensão territorial, é um lugar paradisíaco no meio da Caatinga. Entre dunas de areias brancas e praia de água doce acessa-se as ruínas da Igreja Sagrado Coração de Jesus, localizada no estado vizinho, Pernambuco, na antiga Vila de Barreiras.
Glória amarga há anos prejuízos que vão desde a suspensão do abastecimento de água, prejuízos na piscicultura e pesca artesanal, fechamento de estabelecimentos às margens do Rio São Francisco, perdas no turismo e comprometimento do lazer. São algumas das consequências sociais que a presença das baronesas, bioindicadoras da quantidade de matéria orgânica na água, tem provocado no município. Há pelo menos seis anos a população que sobrevive de atividades ligadas ao uso do Rio São Francisco amarga prejuízos que ultrapassaram a casa dos milhões.
De acordo com a Associação Aquicultura do Rio São Francisco – PEIXE SF, até o ano de 2020, o acumulado em prejuízos passou dos R$ 15 milhões nos diversos setores (piscicultura, turismo, captação de água). Em Glória, 27 pequenos (até 10 toneladas por mês) e médios (até 50 toneladas por mês) produtores deixaram a piscicultura por não ter como repor a produção perdida.
“Essa situação vem trazendo um enorme impacto negativo sobre a captação de água para consumo humano e de animais, na produção agrícola e aquícola e na pesca artesanal, desde o ano de 2017, quando o contexto se agravou. O prejuízo versa pela casa de milhões de reais todos os anos, recaindo tanto sobre a economia privada quanto a pública. Esse é o momento de todos nos unirmos na busca de meios para transformar essa realidade”, completou Lisboa.
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