O ex-juiz Sergio Moro (União) declarou, nesta sexta-feira (20), em entrevista à “Webrádio Insuperável”, que existe a possibilidade de sua candidatura ao Senado Federal pelo estado de São Paulo. “Espero que aconteça antes. Há essa possibilidade. A eleição nem começou, na verdade. Estamos no período de pré-campanha. Ainda vamos para a campanha. Mas minha colaboração vai ser diferente”, afirmou Moro.
“Então, estou hoje em São Paulo e estou construindo aqui um espaço. Isso tem que ser construído, evidentemente, dentro do partido. Mas é possível, provável, que eu seja candidato ao Senado por São Paulo, mas isso ainda está em construção”, continuou, admitindo que também poderia concorrer “a uma outra posição.”
Moro deixou o Podemos e sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto “neste momento”, em 31 de março e se filiou ao União Brasil. Em entrevista em inglês ao Atlantic Council, no dia 8 de abril, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública alegou que seu nome estava à disposição do partido para concorrer à Presidência da República ou a qualquer outro cargo “que eles achem que possa funcionar”.
No entanto, continuou descartando ser candidato a deputado federal, como já havia proclamado anteriormente.
Nesta sexta-feira, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública confirmou à CNN que aceitou o convite do pré-candidato à Presidência pelo União Brasil, Luciano Bivar, para colaborar com seu plano de governo.
Reações do União Brasil ao projeto presidencial de Moro
Após o ato da filiação de Moro, membros do União Brasil reagiram as suas manifestações de que “não desistiu de nada”, se referindo ao Planalto.
O diretório paulista do União Brasil, por sua vez, alegou que poderia impugnar sua ficha de filiação caso insista em concorrer “em um projeto Nacional”. Segundo a legenda, sua entrada se deu em projeto por São Paulo, podendo concorrer à Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa ou Senado Federal.
“O União Brasil São Paulo reafirma que a filiação do ex-juiz Sergio Moro se deu com a concordância de um projeto pelo estado de São Paulo, isto é, deputado estadual, deputado federal ou, eventualmente, senado. Em caso de insistência em um projeto Nacional, o partido vai impugnar a ficha de filiação de Moro”, diz a nota assinada pelo deputado federal Alexandre Leite.
O também deputado Júnior Bozzella rebateu a declaração de Leite dizendo que “nenhum membro da diretoria, isoladamente, está autorizado a falar pelo União Brasil de São Paulo”. Indica ainda que, “nos termos estatutários, as manifestações oficiais do partido devem ser colegiadas, seguir as diretrizes estatutárias e do órgão nacional”.
“A filiação de Sérgio Moro foi realizada em Brasília pelo presidente nacional, Luciano Bivar, que é a autoridade máxima do partido, até que haja uma convocação dos órgãos nacionais colegiados”. disse Bozzella. Ele afirmou ainda que “nenhum membro de São Paulo pode desautorizar o presidente nacional” e que isso é “regra básica da hierarquia partidária”.
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