Em reunião extraordinária realizada na manhã do dia 06 de maio, o Conselho Universitário da Univasf rejeitou, por esmagadora maioria, a manifestação de interesse em expandir a universidade para Guanambi-BA, conforme proposta enviada pelo Reitor Pro Tempore da instituição.
Dos 51 conselheiros presentes, apenas três votaram pela aprovação da proposta, além, é claro, do próprio Reitor e seu Vice pro tempore.
Esta votação é reflexo de dois fatores: primeiro, da incapacidade de articulação política interna do Pro Tempore, que não foi eleito para ocupar o cargo que ocupa temporariamente hoje, e, segundo, da falta de clareza e sustentação da referida proposta de expansão, ancorada apenas nas promessas formalizadas pelo próprio Reitor que estavam apoiadas exclusivamente numa fala do Deputado Federal pela Bahia, Arthur Maia, ao Conselho Universitário, em dezembro do ano passado, mas sem qualquer documento oficial do próprio parlamentar, Ministério da Educação ou qualquer outro Ministério, algo inédito no histórico de debates sobre expansão universitária já realizados pelo colegiado máximo da instituição.
As promessas de envio de recursos financeiros e cumprimento das demais condições para a expansão foram feitas no verdadeiro estilo "la garantia soy yo". Toda esta situação inusitada levantou uma série de dúvidas no seio da comunidade acadêmica. Distante cerca de 900 km da sede da Univasf, o município de Guanambi não está no Plano de Desenvolvimento Institucional da universidade, válido até 2025. Portanto, quais seriam as motivações da Reitoria para bancar tão efusivamente tal proposta de expansão? O Pro Tempore é citado como "Guanambiense" em notícia publicada no dia 22 de abril de 2021 no site oficial da prefeitura daquele município. Questionado se era da cidade, o Reitor ateve-se a responder que não havia nascido em Guanambi.
Por outro lado, é fato notório que sua família tem negócios naquela cidade. Dois familiares do Pro Tempore (mãe e irmão) são sócios-administradores da empresa de transporte rodoviário de carga Expresso Guanambi. Neste contexto, é natural questionar se poderia haver algum tipo de conflito de interesse nesta proposta de expansão. Afinal, nem a Univasf, muito menos a população de Guanambi, poderiam ser usadas para atender interesses privados ou empresariais, pois o que deve sempre prevalecer nas decisões institucionais é o interesse público. Certamente, os órgãos de controles interno e externo da Univasf irão apurar com rigor toda esta situação. Estaremos de olho.
O texto não foi assinado, e sim identificado por "Alguém" da comunidade acadêmica da Univasf.
11 de maio de 2022
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.