Após desabafar em coletiva de imprensa seguida da vitória do Santa Cruz sobre o Atlético/BA, a primeira da equipe no Brasileirão Série D, o técnico Leston Júnior foi demitido do Tricolor, na noite desse domingo (8).
O treinador estava acompanhado de atletas, membros da comissão técnica e do executivo de futebol, Marcelo Segurado. Leston falou sobre os atrasos salariais no Tricolor, as dificuldades no ambiente de trabalhou e cobrou união. "O clube está largado", afirmou. Segurado também foi demitido.
Em comunicado divulgado por volta das 23h nas redes sociais, o Santa Cruz selou a demissão de Leston Jr. e Marcelo Segurado. "Agradecemos os serviços prestados pelos profissionais e desejamos sucesso em suas carreiras", diz trecho do texto.
Pouco mais de uma hora depois, o clube do Arruda anunciou Marcelo Martelotte como novo treinador. Zé Teodoro será o comandante técnico. Essa será a quinta passagem de Martelotte no Santa.
Leston Júnior publicou em seu Twitter, já na madrugada desta segunda-feira (9), uma mensagem em que cita que "fazer sempre o que é certo e não o que é conveniente!". "Desempregado (pelo que vi na rede social, já que não fui comunicado por ninguém), porém com a consciência tranquila. Sigo em paz!", publicou.
Na coletiva, Leston Júnior disparou sobre a atual situação do Santa Cruz, que não havia vencido nenhuma partida na Série D até então e ocupa, atualmente, a quinta colocação do grupo 4 - apenas os quatro primeiros avançam à fase seguinte.
“O Santa Cruz é um gigante do Nordeste, do futebol brasileiro, mas isso só é relacionado à história. O momento do clube não condiz. Começo por uma palavra: respeito. Esses caras que estão aqui [jogadores, comissão e funcionários] têm mais respeito ao Santa do que muita gente que vive por aí, dizendo que ama. Aqui não está um desabafo para reivindicar apenas os salários de funcionários, atletas e jogadores. A instituição hoje vive o pior momento de sua história”, disse Leston.
Leston ainda afirmou que "faltam coisas básicas" ao citar as condições de trabalho. "O clube está largado. Não digo que é responsabilidade de quem está na presidência porque ele está aqui todo dia, mas muitos falaram que estavam juntos, na época da eleição, mas não possuem amor ao clube. Esse clube só vai ressurgir se tiver união, dando condições aos funcionários, com dignidade. Todo mundo aqui é pai de família, precisa pagar as contas. Não somos máquinas", completou o agora ex-treinador do Santa Cruz.
O treinador seguiu afirmando que não queria "luxos", mas "campo, alimentação em boa condição e salário".
"Se o segurança não recebe, o médico não recebe, uns falam 'mas eles não jogam'. Eles são importantes como os caras que estão aqui. Fomos treinar e só tínhamos seis bolas. Esse é o maior clube da Série D? Que vai conseguir o acesso? É preciso mudar', reclamou.
Demitido assim como Leston, executivo do clube, Marcelo Segurado, chegou a citar que o grupo sofreu ameaças de morte.
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