O Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizou no início do mês mais um plantio de mudas e semeadura de espécies nativas em um dos maiores esforços de recuperação da Caatinga no Brasil.
O objetivo é mitigar e compensar os impactos ambientais causados pela implantação das estruturas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) e do Ramal do Agreste.
No total, nos últimos meses foram realizados o plantio de mais de 19 mil mudas, implantados mais de 1,5 mil núcleos e a semeadura de mais de duas toneladas de sementes em uma área de intervenção de aproximadamente 258 hectares. Com essa ação, foram concluídas as atividades de plantio e semeadura no Ramal do Agreste.
Essas atividades fazem parte do Plano Básico Ambiental-09 (PBA-09), Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) executado juntamente ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). No PISF, foram plantadas 11.258 mudas e semeados 1.335,25 quilos de sementes. Já no Ramal do Agreste, com o plantio de mais 8.346 mudas e a semeadura de 709,91 quilos de sementes, as atividades de recuperação foram finalizadas e serão realizados monitoramentos nas áreas para acompanhar os resultados.
De acordo com o coordenador do Nema, professor Renato Garcia Rodrigues, o avanço desse ano na execução das ações de recuperação de áreas degradadas no PISF foi importante para concluir a recuperação de mais um trecho completo da obra.
“Inicialmente havíamos concluído a totalidade do Eixo Leste, agora concluímos as ações de implantação dos modelos de recuperação no Ramal do Agreste. Com isso, demos um importante passo para a concretização do plano de recuperação do PISF, demonstrando que é possível recuperar as áreas de obras na Caatinga e consolidando ainda mais as novas técnicas desenvolvidas pelo Nema”, ressalta.
A recuperação ambiental é realizada por meio de modelos de nucleação e técnicas de implantação para recuperação desenvolvidas pelo Nema especificamente para essas áreas degradadas. As atividades são executadas em períodos específicos e com espécies selecionadas que são resistentes à seca e têm maior facilidade para se desenvolverem e recompor a cobertura vegetal, permitindo a vinda de outras plantas.
Foram plantadas espécies arbustivas e arbóreas e semeadas espécies herbáceas nativas, entre elas mata-pasto (Senna uniflora), juazeiro (Sarcomphalus joazeiro), maniçoba (Manihot carthagenensis), pinhão-bravo (Jatropha mollissima) e falsa-menta (Rhaphiodon echinus). Todas as mudas são identificadas através de tombamento de plaquetas e cadastradas em sistema para monitoramento. É possível ter o controle de onde veio cada lote de semente, identificação botânica, região, idade, porcentagem de germinação.
São mais de 112 profissionais de várias regiões do Brasil com diversas formações envolvidos nesse trabalho de recuperação, que desde 2016 já realizou o plantio de 84.035 mudas e semeadura de 7,2 toneladas de sementes nas áreas do PISF. Essas ações foram expandidas no final de 2020 com o início das atividades nas áreas do Ramal do Agreste, onde totalizam 10.907 mudas plantadas e semeadas cerca de 933 kg de sementes.
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