Com ou sem açúcar, quente ou gelado, um dos personagens mais presentes no dia-a-dia do brasileiro. Grão que mudou a história da humanidade, o café atravessa gerações e possui muitas dimensões, como a cultura, produção, direitos humanos, política e saúde.
E é ele que ocupa a centralidade na produção “Sabor da Terra: a experiência da produção de café na Bahia”, que estreou nas redes sociais do MST.
O café no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ocupa lugar de destaque, já que envolve pautas de campo e da cidade de todo o país, desde a escravidão até a mesa dos brasileiros.
As maiores cadeias produtivas dos cafés do MST se concentram em Rondônia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Bahia. No curta, conhecemos um pouco sobre a cadeia produtiva do café na Bahia, onde o grão ocupa um importante papel de unir história e prática.
“Na Bahia, a gente tem uma produção bastante significativa e um potencial muito grande de produção de café agroecológico. Temos uma unidade demonstrativa nacional de mais ou menos 35 hectares de produção agroecológicas, que é coordenado pelo grupo gestor da cadeia produtiva do café, o que tem uma abrangência pedagógica não só para a Bahia, mas para a cadeia produtiva como um todo, sobre o manejo e o processo de transição”, afirma Daniel Mancio, do Setor de Produção do MST.
O objetivo do curta é ampliar o conhecimento sobre o cultivo na área e quais são os desafios na produção e comercialização do café agroecológico no estado, trazendo um pouco da perspectiva de trabalhadores e trabalhadoras do campo a partir de entrevistas, personagens e enredos.
Este é o segundo filme que aborda esta perspectiva. Em 2019, o documentário “Café com sabor de Resistência!” mostrou um pouco da história e contexto do Café Guaií, produzido por 450 famílias do interior de Minas Gerais, em uma área conhecida como Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio. Há mais de 20 anos as famílias estão na área, e sofrem ainda hoje diversas ameaçadas de despejo, mas resistem e continuam produzindo a partir da lógica da agroecologia.
A campanha “No Meu Bule Não”, vem promovendo um boicote contra as marcas de café que utilizam grãos do grupo Terra Forte Exportação de Café, do latifundiário João Faria da Silva. O intuito é fortalecer a resistência contra a ordem judicial de despejo da fazenda Ariadnópolis (MG), em que 450 famílias do MST moram e produzem há mais de 20 anos.
Assim como na Bahia, a terra em Minas Gerais estava lavada de agrotóxicos e com as nascentes em volta destruídas. Diante disto, as famílias recuperaram a área e além de produzir café, realizam o cultivo de alimentos para subsistência como milho, feijão, amendoim e abóbora. Toda a agricultura da área ocupada segue o modelo de produção agroecológica.
Escola Popular Egídio Brunetto: Em “Sabor da terra: a experiência da produção de café da Bahia”, também é possível acompanhar o trabalho realizado na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto (EPAAEB), espaço do MST que propõe caminhos e metodologias para a Agroecologia no estado da Bahia.
Localizada no município de Prado, regional extremo sul da Bahia, a EPAAEB iniciou recentemente a segunda colheita do café agroecológico, onde foi apresentado o processo de organização e construção da Rede do Café da região, incluindo o pré-lançamento do filme.
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