O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta quarta-feira (20) não haver “nenhuma chance” de reaproximação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e criticou o petista por sinalizar que irá respeitar a autonomia do Banco Central e manter no cargo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, caso seja eleito em outubro. A direção do banco foi escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Agora o Lula está dizendo pura e simplesmente que vai manter o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Não é mais possível conciliar com isso. Isso está destruindo o Brasil”, afirmou em sabatina realizada pelo portal UOL em parceria com o jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (20).
A autonomia do Banco Central foi aprovada pelo Congresso no início de 2021, estabelecendo mandatos fixos para o presidente da instituição e para oito de seus diretores responsáveis pela política monetária. Por lei, o presidente do banco toma posse no terceiro ano do mandato do presidente da República. Eles podem ser reconduzidos ao cargo.
No último dia 5 de abril, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse a empresários e integrantes do mercado financeiro que o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continuará no cargo caso Lula seja eleito e que o ex-presidente será o “homem forte” da economia.
Em outro trecho da sabatina de hoje, Ciro afirmou que, caso seja eleito, vai pedir à direção do Banco Central que peça demissão “entre a eleição e a posse [do novo presidente da República]”.
Sem diálogo com o PT
Ciro falou sobre o tema ao ser questionado sobre uma possibilidade de reaproximação com Lula e o PT para as eleições, que ele classificou como impossível de acontecer. O pré-candidato do PDT confirmou que irá dialogar com partidos como o União Brasil e o PSD em busca de apoio.
“Hoje, francamente, não me agrada em nada dizer isso: o Lula hoje é parte central do problema brasileiro. A despolitização, a falta de pudor, a falta de humildade, o não aprendizado”, afirmou.
Ciro foi ministro da Integração Nacional entre 2003 e 2006, durante o governo Lula.
Ele criticou ainda a aliança do PT com nomes envolvidos em denúncias para as eleições de 2022.
“O Lula acabou de fazer um acordo de novo com Geddel Vieira Lima [também ex-ministro da Integração Nacional no governo Lula] na Bahia. Sabem que é o Geddel? Lembra aquela fotografia de 51 milhões de reais, de malas, com dinheiro em espécie? O Lula não aprendeu nada”, disse.
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