Na cerimônia de apresentação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como nome do PSB para compor como vice a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, Lula e Alckmin ressaltaram a necessidade histórica de união das forças progressistas para fazer frente ao momento político que o Brasil vive e reforçaram o compromisso de ambos com a democracia e a reconstrução do Brasil.
Lideranças dos dois partidos se reuniram na manhã de hoje (8) em um hotel na capital paulista, por ocasião de apresentação de Alckmin pelo PSB. A indicação será analisada pelo PT e demais partidos que comporão a aliança em torno de Lula. O ex-presidente disse ter certeza de que o nome do ex-governador será aprovado pelo partido e que a união entre eles é uma demonstração de que é plenamente possível duas forças com projetos diferentes, mas princípios iguais se unirem num momento que é de interesse do Brasil.
“O selamento desse acordo, dessa proposta, é uma demonstração do esforço na perspectiva de construir o melhor da política brasileira para que a gente possa ganhar essas eleições de 2022. Eu queria estabelecer um critério de relação com Alckmin. Daqui para frente você não me trata como ex-presidente e eu não te trato como ex-governador. Você me chama de companheiro Lula e eu chamo você de companheiro Alckmin”, disse Lula, agradecendo o PSB pela indicação e acrescentando que, nos tempos em que polarizava com Alckmin, como então candidato do PSDB, assim como com outros candidatos do partido, a disputa era civilizada e harmoniosa. “Hoje isso não é possível, porque não está estabelecida na disputa a polarização civilizada”, afirmou.
Assim que a chapa for formalizada, disse o ex-presidente, o PSB será convidado a ajudar a construir o plano de governo. Ele repetiu que, numa eventual nova gestão, governará para todos, mas novamente priorizando os mais necessitados. Lula disse que, juntos, ele e Alckmin farão das experiências um instrumento para recuperar o Brasil e recuperar os direitos do povo.
“O povo quer ter o direito de morar, o povo quer ter direito de estudar, o povo quer lazer, água limpa, usufruir daquilo que ele produz. É só ler a Constituição, a Bíblia e a Declaração Universal dos Direitos Humanos que vocês vão ver que tudo isso está garantido, mas o povo não tem”, disse, pontuando ainda que ganhar as eleições talvez seja mais fácil do que o desafio de recuperar o país.
Alckmin agradeceu a confiança do PSB e disse que o momento não é de egoísmo, mas de grandeza política para reconstrução do Brasil. Segundo ele, a política não é arte solitária, mas de somar esforços pelo bem do país. Segundo ele, o Brasil hoje atenta contra a democracia e contra as instituições e vive uma autocracia cujo resultado é a maior crise das últimas décadas, com violência, fome e desemprego.
“Eu que entrei na vida pública, presidente Lula, como o senhor, para redemocratizar o Brasil, vemos hoje um governo que atenta contra a democracia e atenta contra as instituições”, afirmou. O ex-governador ressaltou que chega para somar esforços ao presidente Lula para gerar emprego, renda, combater carestia absurda e trabalhar para que os brasileiros possam ter dias melhores. “Chega de sofrimento para o povo do brasil. É com esperança, com entusiasmo e com amor que vamos colocar nosso nome à disposição para que a gente trabalhe pelo Brasil. É com honra e entusiasmo”.
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