O cantor e compositor Jorge de Altinho usou as redes sociais na noite da terça-feira (5) para falar pela primeira vez sobre não ter sido convidado para se apresentar no São João 2022 de Caruaru, no Agreste de Pernambuco.
"Preciso passar por aqui para falar da definição sobre o São João de Caruaru. Confesso a vocês, e espero que vocês entendam, que eu não tenho mais clima para cantar no São João esse ano. Depois dessa polêmica, eu não me sinto mais à vontade pra gente fazer aquele show que sempre fizemos", disse o artista.
O cantor e compositor Mauricio Dias apoiou a decisão de Jorge de Altinho. "O Brasil é uma ruína cultural", declarou o poeta. Mauricio comentou o vídeo da jornalista Juliana Souza, esposa e e empresária do cantor Jorge de Altinho. "Juliana está certissíma. Somos uma ruína, uma nação brutalizada, sem identidade, a nossa cara é a corrupção e o crime. Jorge de Altinho é um cara bacana, sempre atencioso e merece nosso respeito e carinho", disse Mauricio Dias.
Jorge Assis de Assunção, o Jorge de Altinho, já afirmou em 2018 que se sente em casa na Capital do Agreste. Como forma de gratidão ao município, ele compôs a música "Capital do Forró".
"Fiz essa música retratando um pouco do muito que é Caruaru. Graças a Deus tomou outras dimensões, saiu de Caruaru, saiu do Nordeste, foi para o Brasil, e eu tive a felicidade, junto com Onildo Almeida com a Feira de Caruaru, de projetar a cidade com a Capital do Forró. Isso pra mim foi gratificante demais", disse.
Segundo o escritório artístico do artista, foi uma surpresa para ele não fazer parte da programação do São João de Caruaru deste ano. A esposa de Jorge de Altinho, que é a responsável pela agenda, disse que não houve contato nem convite por parte da prefeitura.
Após a polêmica, a ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), destacou, por meio de uma rede social, que a programação do São João 2022 não está completamente fechada.
FORRÓ PATRIMÔNIO: Salvaguardar as matrizes do forró significa oferecer condições de materializar o potencial da cultura, da diversidade, geração de renda, emprego e da identidade de nossa gente.
Essa compreensão foi um dos debates que tornou ano passado o Forró Patrimônio Nacional da Cultura. Nossa tarefa está em amplificar, dinamizar, trazer para a órbita de nossa cultura contemporânea os valores, procedimentos e conteúdos presentes nessa "instituição" cultural, o forró e as suas matrizes.
Apesar do título, Patrimônio da Cultura, o forró e suas matrizes estão sendo tratados como um produto secundário nas vozes e ações dos gestores públicos.
Em vídeo que já viraliza nas redes sociais, Juliana Souza Assunção, esposa e empresária do cantor Jorge de Altinho, afirma que prefeitos e prefeitas, secretários de cultura, gestores públicos, precisam urgentemente rever o conceito de cultura e ter o cuidado necessário com a valorização do forró, que teve recentemente o reconhecimento de Patrimônio Brasileiro da Cultura.
Semana passada a REDEGN , informou que Ao que tudo indica, diferentemente do que ocorreu no Carnaval, o São João será, de fato, festejado em 2022.
Após dois anos de cancelamentos por causa da Covid-19, as prefeituras dos principais polos da festa, principalmente no Nordeste, começam a se organizar para o ciclo junino, tendo como fundamento a decisão tomada pelos Governos de liberar a realização de shows e eventos com a capacidade máxima.
Todavia, existe um descontentamento com as programações que estão sendo divulgadas. Segundo, a categoria de forrozeiros, que valoriza a cultura, a avaliação que "mais uma vez as autoridades públicas, através dos prefeitos e secretários de cultura, tem prestigiado através de contratos, artistas que não tem identidade com os festejos juninos".
Às vésperas do início do ciclo junino, forrozeiros de diversos estados denunciam a descaracterização do São João com a ausência de sanfoneiros nas grades de programação das festas organizadas pelas prefeituras no Nordeste.
O cantor, compositor, Poeta e Enfermeiro paraibano "Alexandre Pé de Serra", através das redes sociais, desabafou e denúncia o que ele denomina de injustiça com a cultura.
Confira:
"É com tristeza ,mas é a realidade nua e crua. Foram muitos anos de Resistência, de luta ,de Guerra ,de incontáveis batalhas a favor de uma coisa que não combina com esses adjetivos descritos na introdução esse texto. É meus amantes da Cultura, estão acabando e se brincar ,acabaram com as reais tradições juninas, tradições populares .
Como um humilde colaborador da nossa cultura popular NORDESTINA, sugiro aos nossos " Políticos "Que entre com projetos para se fazer em todos os municípios, Estados do nosso país. Museus para guardar o que resta ou o que restou do nosso FORRÓ.
Decepcionado ,amargurado, magoado,feito de otário eu Estou, como sei também que inúmeros lutadores da nossa Música Popular Brasileira estão.
Vocês podem até querer exterminar a nossa cultura ,mas jamais vão calar a nossa voz,o nosso grito a nossa livre inspiração de cantar a nossa Música de Raiz, a nossa Música Popular Brasileira.
Assinado Alexandre Pé de Serra . Poeta ,Cantor, compositor,Produtor cultural , forrozeiro e Enfermeiro . #devolvameusaojoao #somosforró #somosresistencia
O protesto de Alexandre lembrou o ano de 2017, quando um coro dos sanfoneiros lançaram a campanha "Devolvam o nosso São João", encabeçada pelos músicos Joquinha Gonzaga e Chambinho do Acordeon, que denunciavam uma descaracterização do São João nas programações dos festejos públicos.
Na época o cantor e compositor Alcymar Monteiro defendeu uma maior valorização do forró. O manifesto, que ocorre nas redes sociais, conta com a participação de dezenas de músicos de diversos estados do Nordeste. Portando cartazes de protesto, eles chamam a atenção para o espaço dedicado aos gêneros tradicionais em um dos principais festejos da cultura nordestina.
O sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário Joquinha Gonzaga, um dos herdeiros musicais do Rei do Baião, avaliou acreditar que veteranos do forró sofrem com os "novos" arranjos das grades de programações dos festejos juninos nas principais cidades no Nordeste.
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