O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) autorizou o repasse de R$6,2 milhões a duas ONGs até então inativas e recém-assumidas pelo ex-jogador Emerson Sheik e pelo lateral da Seleção Brasileira e do Barcelona, Daniel Alves.
Ambos tiveram projetos aprovados no ano passado para realização de cursos de esportes, mesmo sem ter nenhuma experiência prévia. A informação é da "Folha de São Paulo".
Duas Organizações Não Governamentais (ONGs), assumidas recentemente por Emerson Sheik e Daniel Alves, receberão repasse de R$ 6,2 milhões do governo Jair Bolsonaro (PL). As entidades comandadas pelos jogadores de futebol (o primeiro já aposentado) tiveram projetos esportivos aprovados em 2021, apesar de não terem experiência comprovada.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, a aprovação dos projetos foi possível porque os atletas driblaram exigências legais utilizando o mecanismo de “ONGs de prateleira”. As verbas já foram reservadas no Orçamento, mas ainda não foram pagas.
As “ONGs de prateleira” têm sido utilizadas para burlar a exigência de que entidades da sociedade civil devem existir há pelo menos três anos para firmar acordos com o governo federal. Para comprovarem a capacidade técnica de execução dos projetos, os atletas listaram feitos conquistados como jogador de futebol – Daniel Alves ainda atua na seleção brasileira.
Campeão mundial pelo Corinthians, Emerson Sheik assumiu o Instituto Qualivida, fundado há 26 anos, em dezembro de 2019 e mudou seu nome para Instituto Emerson Sheik, inclusive com mudança de estatuto. Sua ONG assinou convênio para instalação de três núcleos esportivos em Mangaratiba (RJ) e Queimados (RJ) por R$ 2,7 milhões – a verba foi alocada como emenda parlamentar a pedido do deputado Hélio Lopes (PL-RJ), um dos mais próximos ao presidente.
Já Daniel Alves, através do Instituto DNA, antigo Instituto Liderança até maio de 2021, vai receber R$ 3,5 milhões em dezembro deste ano para construir três núcleos de basquete 3×3 na Bahia, Pernambuco e Distrito Federal. A verba federal foi obtida por emenda do relator a pedido da deputada Celina Leão (PP-DF), que emprega Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, em seu gabinete.
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